segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Comentários Eleison: Madiran - 6 Proposições

 

Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCXCVIII (698) – (28  de novembro de 2020)

 

MADIRAN – 6 PROPOSIÇÕES

 

“Deus, por favor, afasta-te. Por favor, sai do caminho.

Já nos cansamos de ti. Já tiveste tua hora!"

 

Do Prólogo do livro de Jean Madiran, A Heresia do Século XX, apresentado brevemente no nº 690 destes "Comentários" há oito semanas, os leitores podem lembrar-se da rejeição do mesmo Madiran à heresia em questão quando diz que ela é "noite”, “vazio” e “nada". No entanto, depois do Vaticano II, e até hoje, essa heresia apresentou um poder devastador para destruir a Fé Católica, a liturgia, a Igreja e as almas, que ainda eram católicos antes do Concílio, e por isso Madiran dá a seus leitores um relato do “nada". Ele apresenta este relato nas partes III, IV e V de seu livro, onde analisa as sete principais Proposições da heresia, selecionadas por ele mesmo dos escritos do Bispo Schmitt, a quem acusa de ter promovido o nada devastador da nova religião conciliar. Aqui, em negrito, estão todas as sete Proposições em ordem, seguidas por um breve resumo dos comentários de Madiran.

 

1 O mundo em mudança de hoje impõe uma mudança no conceito mesmo de salvação trazido por Cristo,

2 e mostra que a ideia da Igreja sobre o plano de Deus não era, até agora, suficientemente evangélica.

3 A fé ouve o mundo.

4 A socialização não é apenas um fato inelutável da história mundial. Também é uma graça.

5 Nenhuma época anterior à nossa foi capaz de compreender melhor o ideal evangélico da fraternidade praticada.

6 Em um mundo voltado para o futuro, a esperança cristã adquire todo o seu significado.

7 A lei natural é a expressão da consciência coletiva da humanidade. (Esta sétima Proposição é tão devastadora que Madiran reservará para ela toda a Parte V.)

 

1 As duas primeiras Proposições já foram analisadas por Madiran na parte anterior de seu livro, então da primeira (P1) ele apenas acrescenta aqui que ela é o princípio necessário e suficiente de toda essa nova religião. Poder-se-ia resumir deste modo: assim como o catolicismo é “todo tradição”, o modernismo é “todo mudança”.

2 A P2 começa a explicar a P1, ou seja, começa a especificar qual mudança é necessária. Assim como inúmeros sistemas desde o protestantismo que protesta contra o catolicismo, ele apela falsamente ao Evangelho contra a Igreja.

3 A P3 deixa claro que a P1 e a P2 mudaram aquilo em que os crentes daqui por diante devem crer: tal como os católicos costumavam crer em Deus porque Ele é Deus, agora eles devem crer no mundo porque este é o mundo.

4 E crer no mundo moderno significa crer no seu grande movimento de socialização ou coletivismo, ou seja, no comunismo, porque não só o movimento é inevitável, mas também uma graça religiosa (!).

5 Em outras palavras, "a salvação de Cristo" (P1) e "o plano de Deus" (P2) tornaram-se meras palavras, guardadas como relíquias do passado, mas com todo o significado sobrenatural e a realidade esvaziados.

6 Da mesma forma, toda esperança sobrenatural e a luta pelo Céu de Deus se esvaziam e se cumprem – melhor – pela modernidade. Pois nunca antes em todos os 20 séculos de história da Igreja os cristãos compreenderam tão bem a esperança cristã como nós, os homens de hoje, que lutamos juntos pela Admirável Nova Ordem Mundial (!).

No comentário final, Madiran observa como todas as seis Proposições que selecionou do Bispo Schmitt se articulam. Assim, P1 é o trampolim das outras seis. Mas por que essa mania de mudança, que é tão clara também em todos os políticos modernos? Porque antes da era moderna, tudo costumava fundar-se em Deus, e girar em torno d’Ele. Mas agora o homem rejeita a Deus. Portanto, tudo deve ser mudado, (P2) com o homem em lugar de Deus no centro, e (P3) com o mundo do homem como o horizonte completo. Essa centralização no homem (P4) não pode ser revertida, mas (P4) é tão boa quanto uma religião, e (P5) os homens nunca estiveram mais preparados do que hoje para se centrarem no homem, ou (P6) para olhar para o futuro humano da humanidade. A sincronização deste sistema, com sua eliminação de Deus e a deificação do homem, com o comunismo é clara. Ficará ainda mais clara com (P7) a eliminação da natureza e da lei natural. Os distúrbios de verão nos EUA não tiveram como objetivo a eliminação final do Deus Todo-Poderoso? Senhor, tende piedade de nós!

                                                                                                                                     Kyrie eleison.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Comentários Eleison: Viganò Responde

 

Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCXCVII (697) – (21 de novembro de 2020)

 

 

VIGANÒ RESPONDE

 

Graças a Deus pela voz clara e católica de Viganò.

Estes “Comentários” poderiam escolher suas palavras todas as semanas.

 

 

No último mês de agosto, um jornalista do Life Site News enviou para o Arcebispo Viganò, que está escondido na Itália, um artigo sobre a vida cotidiana no mundo de hoje para os católicos que desejam manter a fé. O título era Questions for Viganò: His Excellency is right about Vatican II. But what does he think Catholics should do now? [Perguntas para Viganò: Sua Excelência tem razão sobre o Vaticano II. Mas o que acha que os católicos devem fazer agora?]. O Arcebispo começou sua resposta de 1º de setembro assegurando a Stephen Kokx, o jornalista, que ficaria feliz em responder às perguntas, porque tratavam de “assuntos que são muito importantes para os fiéis”. A resposta está aqui resumida, e no final dela estes "Comentários" destacarão um ponto em particular.

 

Kokx perguntou ao Arcebispo: “Quem pertence à Igreja Católica, e quem está separado dela?”. Ele respondeu que quem quer que proponha alguma das doutrinas adulteradas do Concílio não pode ser católico. Tampouco pode ser católico qualquer um que aceite qualquer uma dessas doutrinas sabendo que elas estão em ruptura com a doutrina católica imutável. Por outro lado, se uma pessoa é batizada, se considera a si mesma como católica e reconhece a Hierarquia católica, isso não significa necessariamente que aceite a doutrina conciliar, ou que adira à equipe conciliar, sabendo que esta está em ruptura com a Tradição Católica; e tampouco está necessariamente fora da Igreja. Mas mesmo os detentores de cargos que têm autoridade dentro da Igreja são duvidosamente católicos se aceitam a doutrina conciliar sabendo que é contrária à Tradição Católica. Eles têm autoridade na Igreja, mas não podem exercê-la. Somente sua autoridade dá a esses conciliares o direito de alegarem que são católicos, e não apenas membros de uma seita.

 

Portanto, os católicos tradicionais pertencem à Igreja, e os modernistas não. Ademais, os leigos fiéis à Tradição podem e devem buscar com frequência sacerdotes, comunidades e institutos que também sejam fiéis à Tradição, especialmente na celebração da Missa. A esse respeito, o clero é menos livre que os leigos, porque pertence a uma hierarquia que normalmente requer obediência, mas tem o mesmo direito e dever de praticar sua , aquela que justifica e requer que se use o antigo rito da Missa. E se a Igreja vai ressurgir dos vários horrores da Nova Igreja, observe-se que a fidelidade de verdadeiros crentes sob perseguição é necessária dentro da Igreja para derrotar o Modernismo.

 

Foi permanecendo dentro da Igreja que o Arcebispo Lefebvre foi um modelo de fidelidade sob perseguição. Sua Fraternidade Sacerdotal São Pio X foi uma reprovação permanente para os modernistas, e foi capaz de sobreviver pelas consagrações episcopais de 1988, de modo que a verdadeira Missa pudesse ser libertada novamente e o Vaticano II pudesse ser desmascarado. O Bispo Tissier de Mallerais tem razão quando diz que no momento existem tanto a verdadeira Igreja quanto uma falsa “igreja” sob o mesmo teto, mas esse teto é católico, de modo que pertence à verdadeira Igreja, enquanto a falsa Igreja Conciliar não é mais do que uma intrusa. Devemos esperar e rezar para que vários pastores que agora dormem despertem para ver como foram enganados.

 

É um privilégio participar desta luta necessária por Nosso Senhor e por Sua Mãe, e assim ajudar a reavivar a honra, a fidelidade e o heroísmo. Pelo sacramento da Confirmação somos soldados de Cristo, e os cristãos tiveram de participar em uma grande batalha após a outra para defender a Verdade, o Bem e o Belo. Resistamos aos modernistas com a Verdade e a caridade. Os que praticam o Modernismo são os culpados, não nós que os denunciamos! Que os leigos não hesitem em assistir às Missas que não escandalizam, mas alimentam sua fé. Os verdadeiros pastores nos serão devolvidos por Deus, e os pastores falsos morrerão. Que os leigos se ocupem dos bons sacerdotes, recriem a caridade, evitem divisões e rebeliões, ofereçam conselhos respeitosos, questionando não a autoridade da Igreja, mas como ela está sendo mal utilizada. Deus não deixará de recompensar a nossa fidelidade e de restaurar a Sua Igreja, atraindo vocações de famílias que tiverem conservado a fé. Todos os problemas sérios são problemas humanos. Todos os problemas humanos têm uma solução católica.

 

E o ponto por destacar? Observe-se como o Arcebispo mede tudo pela Verdade e pela Fé.

 

Kyrie eleison.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Comentários Eleison: Madiran – A Heresia

 

Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCXCVI (696) – (14 de novembro de 2020)



MADIRAN – A HERESIA


Nenhuma tormenta no mar pode afundar uma rolha;

A heresia não afundará a expressão tradicional da Verdade.



Em seu livro “A Heresia do Século XX”, Jean Madiran (1920–2013) apresenta a gravidade da heresia (Prólogo), sua filosofia subjacente (Parte I) e os Bispos responsáveis ​​por ela (II); nas Partes III, IV e V, ele chega à heresia em si, que analisa de acordo com suas Sete Proposições. Apresenta as duas primeiras destas, por sua importância, na Parte III; as seis primeiras, de modo um pouco mais detalhado, na Parte IV; e exclusivamente a sétima, também pela enorme importância que tem para ele, na Parte V. A Parte III, tema dos "Comentários" desta semana, subdivide-se em seis capítulos.


No primeiro capítulo, Madiran declara que na véspera do Vaticano II (1962-1965) o ambiente religioso já era em geral pestilento, mas o então Bispo da cidade de Metz, no leste da França, Dom Schmitt, pôs toda essa pestilência em evidência. As duas primeiras das Sete Proposições resumem qual era verdadeiramente a nova religião que ele apoiava com toda sua autoridade episcopal. A primeira proposição declara que o mundo em mudança de hoje impõe uma mudança no próprio conceito de salvação trazido por Jesus Cristo. E a segunda declara que a ideia da Igreja sobre o plano de Deus não era suficientemente evangélica. Em suma, (P1) a Igreja deve promover a “socialização”, diz o Bispo de Metz, porque (P2) a velha Igreja não era suficientemente coletiva, mas tão simplesmente pessoal, na prática do Evangelho. Mas, diz Madiran, o que o Bispo estava promovendo era, na verdade, o comunismo.


Pois, com efeito, a “socialização”, argumenta Madiran no segundo capítulo, baseia-se em uma visão marxista da história, materialista e determinista, que mostra que o Bispo de Metz perdeu a fé cristã; pois como os fins espirituais do Cristianismo podem coincidir com os fins materialistas do comunismo? O comunismo é um sistema social que deve ser rejeitado por razões religiosas, porque como sistema social pretende substituir o sistema social da Igreja, e com ele o Cristianismo.


No terceiro capítulo, Madiran rejeita a afirmação de Dom Schmitt de que os homens de hoje são os que melhor entendem a fraternidade evangélica (cf. a P2 acima). Uma tal desvalorização de todas as obras e realizações sociais da Igreja pré-conciliar é ridícula, e, para os católicos, diz Madiran, é um narcisismo indigno.


Assim, em 1967, diz ele no quarto capítulo, torna-se claro para o mundo que Dom Schmitt estava promovendo nada menos que uma nova religião, ou uma heresia, vandalizando séculos e séculos de tradição católica. Torna-se claro que os Bispos franceses são vândalos sem inteligência nem caráter. Doravante cabe aos leigos defender o Catecismo, ou seja, os próprios fundamentos da Fé!


No quinto capítulo, contra o manter-se afinado com os tempos (P1), Madiran defende o Primeiro Mandamento, porque é o Deus imutável, e não o mundo em mudança, que deve ocupar o primeiro lugar em nossos corações e mentes. Ademais, os tempos jamais estarão com a Igreja, porque a Igreja está com Jesus Cristo. Somente os católicos mundanos são admirados pelo mundo. E contra a alegação de a Igreja não praticar suficientemente o Evangelho (P2), Madiran diz que os Santos nunca inventaram nada para serem “suficientemente evangélicos”, pelo contrário, sempre se esforçaram para serem o mais fiéis possível à tradição para porem o Evangelho em prática.


Concluindo, no sexto capítulo Madiran nega que haja qualquer verdade que se possa salvar das Proposições 1 e 2, e declara que a nova religião de Dom Schmitt deseja que a Igreja ganhe o mundo inteiro ao preço de sua própria alma. A nova religião não tem autoridade verdadeira nem obediência verdadeira, e Madiran tem uma visão profética da Tradição Católica que sobrevive ao Vaticano II, porque ela faz com que os homens livres se ajoelhem nobremente diante de seu Deus de acordo com uma autoridade real e uma obediência real. Esses católicos nunca seguirão a falsa religião de pobres Bispos como o Bispo de Metz. Ele só precisa esperar para constatá-lo por si mesmo!


Kyrie eleison.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Comentários Eleison: O Próximo Covid?

 

Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCXCV (695) – (7 de novembro de 2020)

 

 

O PRÓXIMO COVID?

 

Por Sua Verdade, Jesus Cristo nos fez todos livres.

Ma se preferimos as mentiras, sofremos grandes prisões.

 

 

Em todo o mundo, cada vez mais pessoas que observam a desproporção absoluta entre, por um lado, a enorme propaganda da covid por seus vis meios de comunicação e governos, e, por outro lado, a escassa realidade das mortes por covid em qualquer lugar à sua volta, estão convencidas de que há muito mais em torno da covid-19 do que parece. Elas estão inquestionavelmente certas, mas não lhes está tão claro quem são os criminosos por trás da covid e o que eles buscam. Os liberais materialistas dificilmente podem imaginar que alguém possa ser tão mau, porque eles precisam acreditar que todo mundo é bom, enquanto os católicos crentes têm a chance de entenderem o que se passa, por meio de sua fé.

 

O que eles entendem por meio de sua fé é que a vida humana é um tempo e uma oportunidade dada por Deus a cada alma humana que Ele cria, para ela escolher entre a bem-aventurança eterna no Céu, servindo-O e amando-O, ou os tormentos sem fim no Inferno, desprezando-O e rejeitando-O. As hostes de anjos, criadas antes dos homens, tiveram de fazer a mesma escolha, e talvez um terço deles caiu e foi lançado no Inferno. Todos eles agora invejam amargamente o ser humano por sua possibilidade de chegar ao Céu, que eles recusaram, e fazem tudo o que podem para arrastar as almas humanas para o Inferno com eles. É aqui que se origina o mal nesta terra.

 

Mas sendo Deus todo bom e todo-poderoso como é, como pode permitir esse livre movimento do mal? Porque Ele não quer nenhum tipo de robô em Seu céu. Ele deseja que estejam consigo apenas anjos e almas que puderam fazer uma escolha totalmente livre entre Ele e o Diabo, e que escolheram a Ele contra todos os atrativos possíveis do mundo, da carne e do Diabo. E se o Diabo consegue cegar as almas com o erro e seduzi-las, por exemplo, com suas armadilhas de mel, então Deus frequentemente açoitará essas almas nesta breve vida para que pensem novamente, voltem para Ele e se salvem para a vida eterna. “Ó Deus, castigai-me nesta vida”, rezou Santo Agostinho, “desde que não preciseis castigar-me na próxima”. E Deus frequentemente usa anjos caídos e homens ímpios para fazer os açoites que Ele sabe que são necessários para a salvação das almas. E é aqui que se origina grande parte do sofrimento dos homens na Terra.

 

E aqui está a razão pela qual a grande mentira do covid provavelmente ainda prosperará por um tempo, porque uma multidão de almas hoje está virtualmente presa no materialismo ateísta, que é a essência do comunismo, e é provável que se necessite de um grande sofrimento para que as almas se vejam sacudidas dele. Profundamente enganadas por uma falsa noção de liberdade (liberdade de escolher entre o bem e o mal em vez de entre o bem e o bem – não tenho nenhum direito inalienável de optar pelo mal), são liberais convictos e cruzados que insistem na liberdade para o mal e, como vimos nos distúrbios deste verão, na liberdade para a destruição da polícia, de toda a ordem pública, de suas cidades, de todos os débeis restos da civilização cristã, em resumo, sobre a liberdade para fazer guerra contra Deus. Demorou mais de 70 anos desde os horrores totais do comunismo para que a "Santa Rússia" começasse a voltar para Deus. O que será necessário para que todo um mundo apóstata esteja pronto para rogar a Nossa Senhora para obter a Consagração completa da Rússia?

 

Portanto, espera-se que no que resta de 2020, de acordo com uma fonte recente no Canadá, se imponham restrições secundárias de fechamento, com um novo "aumento" das mortes relacionadas à covid e a aquisição ou construção apressada de "instalações de isolamento" em todo o país. Espera-se que até a virada do ano se adotem medidas de bloqueio muito mais rígidas, e que no Ano Novo se introduza um programa de salário básico universal junto com um novo vírus (covid-21) que sobrecarregará as instalações médicas. Planeja-se para a primavera então um terceiro fechamento, mais restrito ainda, a imposição do programa de salário básico, uma grande perturbação econômica, e, para compensar o colapso econômico internacional, um programa de alívio total de dívida pelo qual se oferecerá aos cidadãos, por parte do governo, o cancelamento de todas as suas dívidas em troca de renunciarem para sempre a toda posse e toda e qualquer propriedade e ativos, e e de aceitar as vacinas contra covid-19 e covid-21. E se algum cidadão recusar?

 

“Eles serão considerados um risco à segurança e realocados em instalações de isolamento, e seus bens serão apreendidos.”

 

Fomos avisados. De Deus não se escarnece (Gálatas VI, 7). Rezemos!

 

Kyrie eleison.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Comentários Eleison: Madiran - Os Bispos

 

Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCXCIV (694) – (31 de outubro de 2020)



MADIRAN – OS BISPOS


Os verdadeiros Bispos são um dom somente de Deus.

Se não se reza por eles, toda a humanidade gemerá.



Recordemos que, no Prólogo de seu livro A Heresia do século XX, Jean Madiran atribuiu a culpa desta heresia de forma justa e direta aos Bispos católicos que levaram ao Concílio Vaticano II (1962-1965) e aos que a este seguiram, mencionando particularmente os Bispos da França, que ele conhecia melhor. O capítulo I de seu livro mostrou, seguindo a grande Encíclica de São Pio X, a Pascendi, de 1907, como as mentes desses Bispos se tornaram inaptas para a realidade, e então mais ainda para a doutrina católica, pelo subjetivismo da filosofia de Kant que agora reina suprema nos departamentos de filosofia de praticamente todas as “universidades”. No Capítulo II, Madiran aborda os mesmos Bispos franceses, em seis seções levemente conectadas.


Em primeiro lugar, diz que para seguir esses Bispos teríamos de excluir verdadeiros tesouros dentre os tesouros católicos, como São Pio X, o canto gregoriano, o tomismo, o direito canônico, Nossa Senhora, o patriotismo, nossa herança greco-latina, a piedade mariana e, por último, mas não menos importante, a devoção das velhinhas que rezam. De nossa parte, diz ele, recusamo-nos a desprezar qualquer uma dessas características familiares da família católica. Por trás de todas elas está o amor de Cristo, enquanto por trás de toda a conversa sobre “reciclagem”, “reformas” e “renovação” está o ódio. E por trás de todas as conquistas da “civilização ocidental” está Cristo, e não a Índia nem a África nem a China.


Em segundo lugar, a Neoigreja proclamou sua apostasia para todo o mundo: a política dos Neobispos não é mais converter ninguém. No entanto, os fundamentos da vida e da morte continuam sendo exatamente os mesmos. Que a Igreja nos ensine como viver e morrer. Estamos todos muito cheios do mundo. Que os sacerdotes nos ensinem como chegar ao Céu!


Em terceiro lugar, esses Bispos dizem que "as mudanças da civilização" requerem "um conceito mais evangélico de salvação", com o qual querem dizer não apenas "uma nova forma de palavras", que é o que eles dizem significar, mas um novo conteúdo das palavras, o que significa uma nova religião. Excelências, a nossa resposta é “NÃO!”. Ademais, como católico batizado, tenho o direito de exigir dos senhores a verdadeira Fé, porque sua "nova forma de palavras" em busca de um novo "conceito de salvação" está fadada a ser não somente torpe, mas herética, e uma nova religião, que contradiz a verdadeira Fé.


Em quarto lugar, até 1966 esses Bispos ainda não haviam desertado da Fé Católica, mas agora afirmam que o seu cristianismo é que é o autêntico, quando na verdade sua “mentalidade pós-conciliar” está rompendo com a Fé verdadeira. A verdade é que estamos no meio de uma guerra entre duas religiões diferentes. E ativa ou passivamente, todos os Bispos estão apoiando a nova religião. Algum Bispo católico deve se pronunciar, porque almas estão perecendo! Dom Lefebvre, o senhor está ouvindo?


Não precisamos de Bispos dizendo-nos para sermos modernos. Somos todos modernos demais. Mas a tecnologia e a filosofia modernas não são assunto dos Bispos católicos! Conhecemos os modernos e os desprezamos. Os senhores não os conhecem e os amam. Marx, Nietzsche, Freud são meros mercadores de fantasia. Acordem!


Em quinto lugar, a Neoigreja está agora arruinando todo o aprendizado, todo o ensino e toda a educação. Ao querer dar aos jovens somente o que é moderno, o que eles já têm, não lhes dá nada, enquanto os faz pensar que sabem tudo. Assim abandonados, eles se tornarão os bárbaros de amanhã, de modo que os senhores estão traindo não apenas a Fé, mas toda a civilização. Voltem para a Tradição! Deus, dê-nos verdadeiros Bispos!


Em sexto lugar, a autoridade dos Bispos se baseia apenas na verdade, na legitimidade e na lei. Se esses Bispos estivessem certos, a Igreja da Tradição não existiria mais. Mas a Verdade é primordialmente assunto deles, de forma que eles não têm autoridade para mudar a Fé, e, se o fazem, não têm autoridade para que sejam obedecidos, nem os deixaremos em paz. Esperamos deles a certeza, a pureza e a santidade da imutável Fé católica.


(Na Seção 4 acima, o Arcebispo Lefebvre não é mencionado pelo nome, mas ele estava na mente de Madiran. Dois anos depois, o Arcebispo fundou a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, e o resto é história.)


Kyrie eleison.