segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Comentários Eleison: ROSÁRIO DE LEÃO


Por Dom Williamson

Número DCCXCVII (797) – 22 de outubro de 2022


ROSÁRIO DE LEÃO

 

Você realmente quer impedir a Terceira Guerra Mundial?

Junte-se ao “Estouro”, para trabalhar pela Lei do Céu!

 

Outubro é o mês do Santo Rosário, instituído em 1883 no reinado do Papa Leão XIII (1878-1903), ele próprio um fervoroso devoto desta segunda oração mais importante, depois do Sacrifício da Santa Missa, da Igreja Católica Romana. Entre 1883 e 1898, ele escreveu 13 Encíclicas sobre o Rosário, quase uma por ano, porque o considerava claramente um remédio importante para os males crescentes da idade moderna em sua época. O Rosário não mudou de natureza desde então. Esses males só pioraram. E é por isso que alguns católicos ingleses da chamada “Resistência” estarão fazendo uma peregrinação ao famoso santuário inglês de Walsingham, no condado de Norfolk, dentro de uma semana, como fizeram nos dois últimos anos, para rezar um “Estouro de Rosários” sob a ameaça cada vez maior da Terceira Guerra Mundial.

 

Enquanto isso, aqui está um breve resumo dessas Encíclicas, para vermos por que o Papa do Rosário, como se pode chamá-lo, deu-lhe tanta importância.

 

1883: Supremi Apostolatus, um relato das grandes vitórias na história conquistadas pelo Rosário, especialmente a batalha marítima de Lepanto em 1571, quando uma frota católica derrotou uma frota muçulmana muito maior, paralisando por anos a ameaça muçulmana à cristandade vinda do sudeste (não há dúvida de que se apenas um número suficiente de almas estivesse hoje rezando o Rosário com suficiente seriedade, Nossa Senhora poderia evitar, ou suavizar imensamente, a Terceira Guerra Mundial – daí o “Estouro de Rosários” da próxima semana –; e não-católicos são bem-vindos) .

 

1884: Superiori Anno, um pedido para rezar o Rosário por problemas então atuais na Itália, cinco Mistérios diante do Santíssimo Sacramento exposto, com as Ladainhas de Nossa Senhora e a Bênção.

 

1885: Quod Auctoritate Apostolica, como o Rosário se adapta à nossa época, é fácil de executar, e dá muitos frutos.

 

1886: Saepe Numero, que estabelece o Rosário diário em Roma como um exemplo para todas as dioceses do mundo seguirem.

 

1887: Vos Probe Nostis, como, mais uma vez, o Rosário pode resolver os problemas políticos, como nada mais pode fazê-lo.

 

1889: Quamquam Pluries, pedindo que se recorra ao Rosário contra os problemas causados ​​pela Maçonaria.

 

1891: Octobri Mense, uma análise completa do Rosário, a mais importante das Encíclicas do Papa Leão sobre ele.

 

1892: Magnae Dei Matris, na qual afirma que o Rosário é “uma magnífica forma de oração, um meio eficaz para conservar a fé e um excelente modelo de virtude perfeita”.

 

1893: Laetitiae Sanctae, apresentando o Rosário como uma solução sobrenatural dos problemas sociais e políticos. (Nunca se insistirá demais neste ponto para todas as almas que pensam que “oração é somente oração”. A oração chega a Deus, especialmente através de Sua Mãe, e Deus tem o comando supremo dos acontecimentos mundiais!)

 

1894: Jucunda Sempre, como o Rosário é o resumo de toda a religião cristã, por meio de Maria.

 

1895: Adjutricem Populi, como o propósito final do Rosário é o Reinado de Cristo Rei sobre todas as almas.

 

1896: Fidentem Piumque, como devemos lutar pela Fé não deixando de rezar o Rosário em comum.

 

1898: Diuturni Temporis resume todas as 12 Encíclicas anteriores do Papa Leão sobre o Rosário.

 

Os textos originais completos das Encíclicas papais em vários idiomas estão disponíveis na Internet, no site do Vaticano: vatican.va/offices/papal_docs_list. As anotações acima baseiam-se em grande medida no boletim de outubro de um sacerdote da Fraternidade da França, acessível em cmrc@fsspx.fr. Obrigado, Pe. Castelain.

 

O “Estouro de Rosários” começa, se Deus quiser, às 17h00, GMT + 1, quinta-feira, 27 de outubro com o primeiro de dez Rosários completos, sendo o último às 9h00, GMT, no domingo, 30 de outubro, seguido da Santa Missa. Se precisar de mais informações ou detalhes, contate o site respicetellam2015@gmail.com.

 

Kyrie eleison.


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Comentários Eleison: OS EUROPEUS SÃO CULPADOS

 

Por Dom Williamson

Número DCCXCVI (796)


OS EUROPEUS SÃO CULPADOS

 

Europa, pode haver outros dignos de culpa,

Mas, em nome de Deus, olhe para si mesma primeiro!

 

Há um bom e velho provérbio, talvez chinês, que diz: “O sábio culpa-se a si mesmo, o tolo culpa os outros”. Não que os outros nunca sejam culpados, mas uma vez que reconheço que tenho alguma culpa, pelo menos eu mesmo posso fazer alguma coisa a respeito, enquanto, frequentemente, serei impotente para conseguir fazer com que aqueles a quem eu quero culpar façam algo a respeito. Por exemplo, no atual período de preparação da potencialmente catastrófica Terceira Guerra Mundial, alguns europeus estão sendo tentados a culpar tanto os Estados Unidos, como os judeus por atrás dos Estados Unidos, pela cegueira suicida das nações europeias, que se comportam como marionetes dos Estados Unidos. Mas, numa perspectiva mais elevada, os europeus seriam mais sensatos se se culpassem a si próprios.    

Pois é verdade que os judeus exercem um enorme poder nos Estados Unidos, de modo que se diz que quatro em cada cinco membros do gabinete pelo qual o Presidente Biden governa o país são judeus – sem dúvida uma razão para ele ter ganho o apelido de “Presidente Bidenstein”. Mas quem foi responsável pela eleição do presidente Biden, ou pelo menos por não levantar-se contra a total falsidade da sua “eleição” em 2020, senão o povo americano como um todo? E se então os europeus querem culpar os americanos como um todo, quem são os americanos senão, essencialmente, os descendentes dos europeus que emigraram a partir da Reforma através do Atlântico? À questão de quem é a pessoa central na história dos EUA, não é surpreendente à primeira vista a resposta de Charles Coulombe, de que se trata de um inglês, o Rei Henrique VIII – resposta que é realmente muito razoável? Coulombe chamou a sua história dos Estados Unidos “Progresso dos Puritanos”. A religião é decisiva.     

Mais perto do nosso tempo, quem, senão um europeu, assinou a Declaração de Balfour para prometer aos judeus a Terra Santa se eles trouxessem os EUA para a Primeira Guerra Mundial do lado da Inglaterra e da França?  E quem, se não europeus, para alcançar o mesmo propósito, organizou o truque do torpedo do “Lusitania”? Quem, então, senão os europeus, foi responsável pelos soldados americanos terem inclinado o equilíbrio da guerra contra a Alemanha, em 1918, assegurando, assim, que os diplomatas americanos, com o seu presidente Wilson, desempenhassem também um papel decisivo na elaboração do Tratado de Versalhes, em 1919, que foi concebido para provocar a Segunda Guerra Mundial? E quando esta eclodiu devidamente em 1939 para resistir ao poderio militar de uma Alemanha reanimada, qual era a grande esperança da Europa subjugada senão trazer de novo os Estados Unidos em seu auxílio, o que o presidente Roosevelt conseguiu com o truque de Pearl Harbour, em 1941? E depois da Segunda Guerra Mundial, quem, senão os europeus, confiou nos Estados Unidos para formar – e em grande parte pagando para isso – a aliança defensiva da OTAN para proteger a Europa Ocidental da ameaça de invasão do Exército Vermelho da Rússia soviética? Poderá o Presidente Trump ser responsabilizado por ter querido que a Europa pagasse pela sua própria defesa?      

Mas, por que os americanos teriam razão em considerar que os europeus, na época e agora, são demasiado covardes e decadentes para defender o “Ocidente” por si mesmos? Porque, como disse Hilaire Belloc, “A Fé é a Europa, e a Europa é a Fé”. Mas a Europa continua perdendo constantemente a Fé, sobretudo desde a Reforma, que abriu o caminho para que a judeu-maçonaria começasse a transformar a “Cristandade” em “civilização ocidental” por um processo de decadência que atingiu o seu clímax com o Vaticano II (1962-1965), onde não foi o Potomac, o rio de Washington, nos EUA, mas sim quatro países do Reno que desaguaram no rio Tibre de Roma: França, Alemanha, Holanda e Bélgica.         

Pois, mais uma vez, os europeus podem muito bem acusar o Vaticano II de ter “americanizado” a Igreja, e a acusação tem fundamento, mas quando os Cardeais e Bispos americanos no Concílio promoveram vigorosamente a adoção pela Igreja Católica do ideal de “liberdade religiosa” do seu próprio país, não tiveram a maioria dos votos no plenário do Concílio. Quem a teve? Franceses, alemães, holandeses e belgas. Estes últimos completaram a vitória temporária do liberalismo sobre a Igreja Católica. Mas tenhamos paciência.  Deus Todo-Poderoso está longe de ter dito a Sua última palavra. 

Kyrie eleison.


domingo, 9 de outubro de 2022

Comentários Eleison: QUESTÕES DE FÁTIMA

 

Por Dom Williamson

Número DCCXCV (795) – 8 de outubro de 2022


QUESTÕES DE FÁTIMA

 

Para uma mente aberta, Deus dá as provas,
Mas a verdade é estranha à humanidade de hoje.

 

Um leitor envia-nos algumas questões interessantes relativas às aparições de Nossa Senhora em Fátima, em 1917.

1. Pelo que sabemos, seis eminentes católicos anglófonos do século XX parecem ter dado pouca ou nenhuma atenção às importantíssimas aparições de Fátima: Belloc, Chesterton, o Pe. Peyton, o Bispo Fulton Sheen, Tolkien e Evelyn Waugh. Será que existe alguma explicação para isto?

Antes de mais nada, os homens modernos, que incluem o clero católico, nascem e são criados no materialismo e no racionalismo, o que significa que qualquer coisa que não seja material, ou que supere as suas faculdades humanas de raciocínio, dificilmente consegue ser levada a sério. Mas as aparições celestiais, como as de Nossa Senhora de Fátima, são essencialmente espirituais, não materiais, e superam de longe a mera razão humana quanto à sua origem ou ao seu conteúdo. Segue-se que poucos habitantes “sérios” do mundo atual, inclusive os clérigos, se inclinam a levar a sério as “aparições de Nossa Senhora”. Não se queixou Ela mesma, entre as duas Guerras Mundiais, que até mesmo as almas boas não estavam dando atenção à sua mensagem de Fátima? E, depois da Segunda Guerra Mundial, não estavam os próprios clérigos, enquanto preparavam o Vaticano II para mudar a própria religião de Deus, a partir de 1960, procurando sufocar aquela Fátima que falava em favor da verdadeira religião? E se foi esse o exemplo dado pelos clérigos, será tão surpreendente que até os bons leigos tenham negligenciado Fátima?

2. Além disso, se outras aparições marianas posteriores a Fátima são genuinamente do Céu, como, supostamente, Garabandal e Akita, porque é que as suas mensagens não condenam explicitamente ameaças tão grandes à fé dos católicos como a Missa Nova e a Neoigreja, ou seja, a Igreja Conciliar?

“Omne malum a clero”, diz um velho ditado da Igreja – todo o mal vem do clero. Esta não é toda a verdade, mas diz muito da verdade, que remonta a Judas Iscariotes. Ao longo de toda a história da Igreja, os maus sacerdotes têm sido as principais causas do mal no mundo e na Igreja, e as almas devem ser adequadamente advertidas. Mas se Nossa Senhora deseja advertir as almas contra os sacerdotes que fazem o mal, Ela tem de encontrar um equilíbrio delicado entre denunciar os malfeitores e proteger de maiores danos o próprio sacerdócio do Seu Filho. Por exemplo, em Garabandal, Ela disse que “a Eucaristia está sendo negligenciada”, o que é acertar em cheio sem culpar nenhum sacerdote em particular. Mas, em 1965, Ela também chegou ao ponto de dizer: “Muitos Cardeais, Bispos e Padres estão no caminho da perdição, e levando muitas almas consigo”. Poderia a advertência ter sido mais clara e precisa para o ano do encerramento do Concílio Vaticano II? O problema não é que Ela não se pronuncie. O problema é que especialmente os neoclérigos não querem ouvir.

3. Mas a Missa Nova é um horror – como é que Ela não pode estar advertindo explicitamente contra aquela, se é realmente Nossa Senhora?

Tenha em mente que é irrefutável a evidência de que ainda existem milagres eucarísticos realizados por Deus com hóstias consagradas na Missa Nova por um sacerdote ordenado no Rito Novo por um Bispo sagrado no Rito Novo. Procure na “Internet”, por exemplo, o milagre eucarístico que ocorreu em Sokulka, na Polônia, em 2008. Quando Deus quer que acreditemos, é evidente que Ele fornece as provas necessárias. No tocante a essas provas, Ele nos deu as nossas mentes, e não as nossas emoções, para julgar. Com esses milagres, ainda hoje, Deus deve estar querendo advertir os Seus pastores sobre o que eles estão fazendo de mal, e ao mesmo tempo reassegurar as Suas ovelhas sobre a forma como Ele continua a alimentá-las, mesmo com a Missa Nova. Como poderia Nossa Senhora condenar abertamente o que o Seu divino Filho ainda continua dignando-se a usar para a alimentar as almas?         

4. Será que o fracasso das aparições em condenar tais perigos para a Fé sugere que essas não sejam autênticas?

Não. A autenticidade é uma questão de verdade, e a verdade é uma questão de evidência, que é anterior inclusive ao juízo da Igreja, embora a aprovação da Igreja deva ser de grande ajuda para discernir a verdade. Mas não é a aprovação da Igreja que faz a verdade. Simplesmente faz com que os católicos assumam (normalmente) a verdade.

Kyrie eleison.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Comentários Eleison: ENGANADO, ENGANANDO

 

Por Dom Williamson

Número DCCXCIV (794) – 1º de outubro de 2022

 

ENGANADO, ENGANANDO

 

Os homens querem governar o mundo no lugar de Deus.

Veremos suas ações resultando em um desastre!

 

Há um velho e famoso ditado latino que diz: “Quando os deuses querem destruir alguém, primeiro eles o enlouquecem”.

 

Pela atual decadência moral e loucura suicida da Europa, sabemos que ela está enlouquecendo. Deve-se temer muito o fato de que esteja deixando-se enganar de uma maneira pela qual só ela mesma pode levar a culpa, e que então esteja contribuindo para enganar o mundo inteiro. Esse é o argumento de um tal Patrick Foy em uma carta circular dirigida aos “amigos e interlocutores” no final do último mês de agosto. Observe-se como, e tal como é típico do homem moderno, ele não inclui os deuses ou o único Deus verdadeiro, mas nada em sua análise clara do estado atual da Alemanha (onde ele vive) no plano natural contradiz qualquer análise plenamente sobrenatural; pelo contrário.

 

Oh, meu Deus, será que a Alemanha está prestes a chocar-se contra o muro? Pelo que tenho lido, fora dos recintos internos da grande mídia americana, a resposta a essa pergunta parece ser: “Sim, se nada mudar, o muro será atingido neste inverno”. Certamente, a possibilidade existe. Tudo se resume à guerra instigada por Washington na Ucrânia e ao fato de que a Alemanha, assim como o resto da Europa, foi suficientemente tola para engolir a falsa narrativa de Washington e seguir sua direção autodestrutiva.

 

Antes da intervenção russa em 24 de fevereiro, a saída para um acordo negociado com a Ucrânia foi pelos ares quando a UE e a OTAN, basicamente a Alemanha e a França, abandonaram o acordo de Minsk II em 2014. Esse acordo, que a Ucrânia assinou, com a França e a Alemanha como garantidores, teria proporcionado certo grau de autonomia dentro da Ucrânia para partes do leste da Ucrânia de língua russa. Se se observa o mapa do campo de batalha atual, é essa área limitada que a Rússia ocupa agora. É esta área que queria separar-se da Ucrânia e unir-se à Federação Russa. A população russa pede ajuda a Putin desde que a CIA e o machado de guerra neoconservador, Victoria Nuland, orquestraram o golpe de 2014 em Kiev, que derrubou o governo eleito.

 

Não é necessário entrar em detalhes lamentáveis. O que importa é que Washington pegou o telefone, ligou para Berlim e Paris e disse: “suspendam Minsk II!”. As negociações com Moscou foram interrompidas. Minsk II foi descartado. Isso levou direta e logicamente à guerra que temos agora, e às subsequentes e esmagadoras sanções contra a Rússia, ditadas novamente por Washington. Parece-me ter sido parte de um plano. Aquele palhaço de Londres, Boris Johnson, encorajou Berlim e Paris em sua loucura. Agora a economia da Europa está entrando em colapso devido à falta de energia que a Rússia fornecia rotineiramente. A Rússia não era (e não é) inimiga da Europa. Era uma parceira. Mas assim que a Alemanha e a França jogaram Minsk II ao mar e deixaram Washington ditar a agenda, a Europa estava condenada. Evidentemente, os líderes europeus não podem conceber seus próprios interesses. É muito mais fácil receber ordens de Washington.

 

David Stockman, guru do orçamento do presidente Reagan na década de 1980, resumiu melhor as consequências econômicas em sua publicação de 23 de agosto: “Winter is coming [O inverno está chegando]”. Ele escreveu que a perda autoinfligida da Europa dos suprimentos energéticos russos, promulgada por Washington, significará “literalmente milhões de lares escuros e congelantes na Europa, e os preços da energia disparando para a lua”.

 

Talvez as coisas não sejam tão ruins como parecem, diz Foy, mas tudo foi desnecessário, tanto a guerra na Ucrânia quanto as sanções contra a Rússia que trouxeram como um bumerangue consequências negativas, e os resultados finais para o mundo inteiro. Pode ser, conclui Foy, que Berlim, Paris e Londres tenham se tornado cachorrinhos de colo incapazes de pensar por si mesmos, mas os principais culpados são os cérebros de Washington, que se intrometem nos assuntos europeus desde o final da Guerra Fria em 1989.

 

Kyrie eleison.