sábado, 28 de agosto de 2021

Comentários Eleison: A Sabedoria de Lefebvre - I

 

Por Dom Williamson

Número DCCXXXVI (736) – 21 de agosto de 2021

 

A SABEDORIA DE LEFEBVRE – I

 

Nós não idolatramos nem adoramos D. Lefebvre,

Mas damos graças a Deus por este grande homem de guerra!

 

O que estes “Comentários” têm a dizer sobre o último escândalo esmagador do Papa Francisco, a saber, seu Motu Proprio Traditionis Custodes, por meio do qual ele faz tudo o que pode para extinguir o antigo rito tradicional da Missa em latim, e assegurar-se de que desaparecerá para sempre das celebrações da Missa? Antes de mais nada, estes “Comentários” dão glória a Deus por ter-nos dado Dom Lefebvre como modelo para guiar-nos nesta crise de fim de mundo da Igreja. Ele terminou seus dias supostamente “excomungado” pelos clérigos da Igreja oficial; e não foi seguido fielmente pelos clérigos líderes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que ele mesmo ergueu. Mas o registro histórico do que ele fez e disse está aí, e sua sabedoria em relação ao futuro da Igreja fica mais clara a cada dia que passa.

 

Esse registro nos diz exatamente como ele teria reagido ao Traditionis Custodes. Por um lado, teria rejeitado uma vez mais a falsa doutrina do Vaticano II, que está por trás da Missa Novus Ordo e que até hoje se esforça para abolir todos os vestígios do antigo rito tridentino da Missa, o qual desde 1969 provou ser o concorrente indestrutível da Missa Nova do Papa Paulo, e que viverá muito depois que a Missa Nova estiver nas latas de lixo da história. Por outro lado, mesmo com o problema agonizante para os católicos lançado pelos Papas que lutam contra a Tradição Católica mais amargamente do que nunca, como Francisco neste Motu Proprio, parece muito pouco provável que o Arcebispo tivesse declarado que o Papa Francisco não é Papa. Em vez disso, para o bem da estrutura da Igreja, teria insistido no respeito e na cortesia para com todos os aparentes Papas do Vaticano II, deixando para a Igreja oficial exclusivamente, em um tempo futuro mais tranquilo, decidir que status atribuir a esses Vigários de Cristo que tiveram tão pouca compreensão da Tradição Católica.

 

Este equilíbrio do Arcebispo entre condenar a doutrina dos Papas conciliares, mas respeitar seu cargo, passou a ser conhecido como "Reconhecer e resistir": reconhecer seu cargo, resistir à sua doutrina. Mas como uma política por seguir pelos católicos, ela é alvo de fortes críticas de ambos os lados. Os liberais dirão: se você reconhecer corretamente o cargo, não tem o direito de resistir às suas ordens. Os “sedevacantistas” antiliberais inverterão essa posição, dizendo que se você resistir com razão aos falsos comandos do ofício, então você não pode continuar reconhecendo o cargo que emite esses comandos, ou seja, você não pode reconhecer e resistir ao mesmo tempo, só pode ser uma coisa ou outra. Não, disse o Arcebispo, eu rejeito os ensinamentos, mas não necessariamente o cargo. Os Papas católicos que odeiam a Tradição são um mistério que se resolverá em uma época futura da Igreja, se se quiser e puder fazê-lo. E nesta posição o Arcebispo tem sido seguido desde então por muitos católicos, não por causa de sua autoridade oficial da qual ele tinha pouco ou nada, mas porque, confrontados pelos mesmos problemas na Igreja, eles próprios chegaram às mesmas conclusões que ele, e, portanto, o seguiram, tornando-o, assim, o pioneiro do equilíbrio e da sanidade na crise em curso da Igreja.

 

E então o que permitiu ao Arcebispo manter o equilíbrio e a serenidade quando, na esteira do Concílio, tantos católicos crentes perderam a fé na Igreja ou se desesperaram em relação a ela? Sem dúvida, foi sua fé inabalável em um Deus e uma Verdade que estão muito acima de todas as mudanças ou influências humanas, da política ou do que quer que seja; um Deus e uma Verdade consagrados na Tradição Católica em benefício dos seres humanos, mas que não estão de maneira nenhuma intrinsecamente sujeitos aos humanos nem dependem destes. Eis aqui as alturas em que vivia no espírito, e das quais descia para a vida quotidiana, não admitindo mudanças indevidas nas coisas de Deus, nem exigindo demasiada perfeição nas coisas dos homens. Os liberais estão loucos para querer adaptar a única e verdadeira Igreja de Deus à nossa era de impiedade, enquanto os católicos se enganam quando duvidam da Providência de Deus na condução de Sua Igreja.

 

Então o Papa Francisco está louco, mas Jesus Cristo, como Ele mesmo disse em Mt. XXVIII, 20, está com Sua Igreja até o fim do mundo.

 

Kyrie eleison.

domingo, 22 de agosto de 2021

Comentários Eleison: Governos Sem Deus - II

 

Por Dom Williamson

Número DCCXXXV (735) – 14 de agosto de 2021

 

GOVERNOS SEM DEUS – II

 

O tempo está descompassado. Ó sorte maldita,

Que um dia me fez nascer para consertá-lo! (Hamlet, final do Ato 1)

 

Os leitores devem lembrar-se do artigo de um patriota britânico, Dennis Whiting, nestes “Comentários” da semana passada, no qual ele denunciou o governo britânico por organizar mentiras para dirigir o país, especialmente, mas não somente, relacionadas ao disparate da covid. Chamar isso de “disparate da covid” não significa negar qualquer realidade ao vírus da covid (ainda que ele nunca tenha sido devidamente isolado). Quer dizer que o fenômeno covid, quando se apresenta a nós como um problema médico por nossos políticos e pela grande mídia, não faz sentido. É somente quando se o considera como um importante instrumento político para a escravização da humanidade que faz todo o sentido, e então se vê que não provém apenas de nossos meios de comunicação e políticos títeres, mas de seus muito mais sinistros titereiros, o poder judaico-maçônico que criou o mundo moderno para lutar contra Deus. Ao longo dessas linhas segue a prometida segunda metade do artigo de Whiting.

 

A gestão da “pandemia”, ao que parece, dominou a Grã-Bretanha e a maior parte do mundo. No entanto, a covid-19 é uma nova espécie desagradável de influenza, mas não é uma pandemia. Não há cadáveres nas ruas. Os diretores das funerárias não estão fazendo horas extras. As taxas globais anuais de mortalidade não aumentaram significativamente, se é que aumentaram. Mais de 99% das pessoas que pegam a doença sobrevivem, e a idade média dos que falecem pela doença é de 82 anos.

 

A vacinação em massa, o suposto remédio para a crise, não é um verdadeiro remédio, mas sim um enorme crime. As pessoas estão sendo tratadas como cobaias submetidas a “vacinas” experimentais que apresentam sintomas adversos em uma escala horripilante. Os confinamentos não são planejados para conter a “pandemia”, mas para destruir as pequenas empresas e fazer com que toda a sociedade dependa do grande governo e dos bilionários.

 

O que está acontecendo hoje não surgiu do nada. O plano de governança global vem amadurecendo há mais de um século. Depois da Primeira Guerra Mundial, seu núcleo mudou do Império Britânico para os EUA. Financiadores em Nova York apoiaram tanto a Revolução Bolchevique quanto a ascensão de Hitler, com a intenção de criar guerras e transtornos que só se poderiam resolver pela formação de um governo mundial.

 

A maquinaria está agora trabalhando para dividir e desorganizar a sociedade. Aqueles cujo objetivo é “reconstruir melhor” querem derrubar tudo primeiro. Os ataques dos neomarxistas e neoconservadores do Ocidente às crenças e práticas cristãs têm sido implacáveis. O objetivo deles é criar um novo tipo de ser humano, e precisam para isso eliminar os antigos padrões de referência de como devemos comportar-nos. (Nada menos! Ênfases dos C. E.)

 

Todos nós temos de fazer o que pudermos para resistir a esta Nova Ordem Mundial que está ameaçando levar-nos à escravidão. Hamlet – aquela figura do homem comum criada por Shakespeare no início da era moderna – não estava ansioso para enfrentar o desafio, mas sabia que não poderia fugir dele:

 

O tempo está descompassado. Ó sorte maldita,

Que um dia me fez nascer para consertá-lo! (Hamlet, final do Ato 1)

 

Quando Whiting escreve sobre o fenômeno covid como "um enorme crime" com "sintomas adversos em uma escala horripilante", ele não está exagerando, como uma imensa quantidade de material na Internet atesta – por exemplo, o trabalho admirável que está sendo feito pelo advogado alemão Reiner Fuellmich e sua equipe. Ele está otimista, mas é de se temer que o castigo de Deus siga seu curso, caso contrário, apenas retornaremos à nossa vida sem Deus, digna de ser vomitada.

 

Kyrie eleison.

 

(Nenhum dístico dos C. E. pode competir com Shakespeare.)

sábado, 14 de agosto de 2021

Comentários Eleison: Governos Sem Deus - I

 

Comentários Eleison – por Dom Williamson

Número DCCXXXIV (734) – 07 de agosto de 2021

 

GOVERNOS SEM DEUS - I

 

O Oitavo Mandamento proíbe completamente as mentiras.

E com razão, pois elas pulverizam a vida humana.

 

Sem um Deus verdadeiro ou Seu juízo pessoal na hora da morte para temer, o que impede os governantes ou as elites governantes de explorar sua posição privilegiada para seu próprio benefício e não o do povo que governam? Um político moderno não responde a ninguém, exceto à grande mídia. A grande mídia responde a umas poucas pessoas que pertencem a uma raça que deseja dominar o mundo por meio da instalação de sua Nova Ordem Mundial. Mas esta NOM só pode instalar-se secretamente, porque eliminará os últimos vestígios da Cristandade, incluindo todas as liberdades que derivam da mesma Cristandade – não é a liberdade que dá a verdade, por causa do pecado original; é a verdade que dá a liberdade (Jo. VIII, 32), foi a verdade cristã que deu ao Ocidente suas liberdades políticas, e a vida, enquanto a NOM planeja matar bilhões da população mundial (tal como as “vacinas” de covid estão começando a fazer). Portanto, os atuais governantes ímpios do mundo são obrigados a fingir que estão promovendo a vida e a liberdade das pessoas, quando, na realidade, estão preparando a morte e a escravidão delas. É por isso que os políticos são tão mentirosos, especialmente desde a Revolução Francesa em 1789, quando o Ocidente cambaleou para a esquerda, para longe de Deus.

 

Ilustre-se essas grandes acusações com base na vida real recente: as ações do governo de Sua Majestade da Grã-Bretanha. No site de web de um partido nacionalista britânico (patria-uk.org), um patriota britânico escreveu um artigo que apoia a afirmação de D. Viganò publicada nestes “Comentários” na semana passada, a saber, que os povos do mundo devem parar de pensar que seus governos estão governando para o benefício de todos. Muito pelo contrário. Segue um resumo editado da primeira metade do artigo de Dennis Whiting:

 

Atualmente não estamos no comando de nosso próprio país: temos um governo de ocupação que cria sua própria “verdade” e faz girar os acontecimentos de acordo com uma narrativa pré-concebida. Desde o ano 2000, produziram-se várias catástrofes para as quais as explicações oficiais do governo não são credíveis. Especialmente o 11 de setembro, o 7 de julho e, mais recentemente, o envenenamento de Salisbury. As narrativas desses e de eventos semelhantes divulgadas por sucessivos governos e fielmente difundidas pela grande mídia são inconsistentes e incoerentes.

 

Em 2014, em um discurso nas Nações Unidas, o então primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, caracterizou o questionamento das narrativas oficiais por parte dos “teóricos da conspiração” como uma forma de “terrorismo de direita” que precisava ser combatida. Desde o início da covid-19, o governo britânico tem-se dedicado freneticamente a combater as narrativas alternativas, criando órgãos como a Integrity Initiative, e agora ameaça criminalizar qualquer busca séria pela verdade com a Online Harms Bill (lei sobre danos causados online). A Behavioral Insights Team [Equipe de Conhecimento do Comportamento] foi criada em 2010 como um órgão oficial responsável perante o Cabinet Office. Sua função é a gestão psicológica da percepção pública. O SAGE (Scientific Advisory Group for Emergencies [Grupo de Assessoramento Científico para Emergências) é um órgão semelhante criado para assessorar o Cabinet Office, juntamente com seu subgrupo SPI-B (Scientific Pandemic Insights Group on Behaviors [Grupo de Perspectivas Científicas sobre o Comportamento]). Em 2020, o SPI-B declarou que "um número considerável de pessoas ainda não se sente suficientemente ameaçadas pessoalmente [pela Covid-19]" e que "é necessário aumentar o nível de percepção da ameaça pessoal entre aqueles que são complacentes, utilizando mensagens emocionais contundentes”; em outras palavras, deve-se intensificar o medo para garantir que o público em geral aceite a narrativa do governo sobre a covid-19.

 

Da mesma forma, após o envenenamento misterioso dos Scripals em Salisbury em março de 2018, o governo teve alguma dificuldade em fazer valer a narrativa oficial. Portanto, na reunião do G7 em junho daquele ano, a então primeira-ministra Theresa May anunciou que “os líderes do G7 concordaram em estabelecer um novo Mecanismo de Resposta Rápida”. Isso significava que todas as nações do G7 aceitariam automaticamente a versão de tais eventos fornecida por um de seus membros, e reagiriam da maneira apropriada...

 

Em outras palavras, sete dos principais governos do mundo prometeram unir-se na organização das mentiras! Vejam nestes Comentários da próxima semana o resto do artigo de Whiting.

 

Kyrie eleison

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Comentários Eleison: Grande Reset?

 

Por Dom Williamson

Número DCCXXXIII (733) – 31 de julho de 2021

 

GRANDE RESET?

 

Caros leitores, rezem para que a verdade católica seja proclamada,

Por muitos mais Arcebispos do rebanho de Deus.

 

Para o Festival de Filosofia realizado há dois meses em Veneza, o Arcebispo Viganò escreveu mais uma de suas esplêndidas sínteses sobre os acontecimentos modernos, apresentando uma visão verdadeiramente católica, como a que todos os religiosos deveriam ter, mas que pela loucura conciliar a grande maioria deles continuam impedindo-se de fazê-lo. À Igreja, em sua angústia sem precedentes, que se aproxima do fim do mundo (cf. Mt, XXIV), Deus seguramente reservou este Arcebispo como um farol de luz, para continuar a anunciar a plenitude da Verdade de Deus que o resto de seus colegas tem estado sufocando mais ou menos desde o encerramento do miserável Concílio Vaticano II, há mais de meio século. Segue um resumo da carta do Arcebispo sobre "O Grande Reset: a última grande mentira".

 

A falta de “bom senso” nos indivíduos em grande parte tornou possível esse ataque contra Deus, contra a Igreja e contra a raça humana que representa o Grande Reset. A irracionalidade, a abdicação da razão, a aniquilação do juízo crítico e a negação da evidência são os verdadeiros vírus pandêmicos de nosso tempo. Devemos renunciar à premissa reconfortante que nos diz que nossos líderes agem pelo nosso bem. A realidade não é apenas diferente, mas diametralmente oposta ao que nos está sendo dito.

 

Os trabalhadores do Grande Reset consideram que já escravizaram a tal ponto as massas que não precisam temer nenhuma revolta. Essas massas agora acreditam que sua salvação depende de vacinas e, em breve, estenderão as mãos para receber um chip sob a pele. E se a farsa da “pandemia” desaparecer, o próximo engano está pronto: as “mudanças climáticas” imporão a “transição ecológica” e o “desenvolvimento sustentável”.

 

Essas mentiras são a marca registrada dos arquitetos dos vários Grandes Resets dos últimos séculos: a Pseudorreforma Protestante, a Revolução Industrial, a Revolução Francesa, a Revolução Russa, as duas Guerras Mundiais, a Revolução de 1968 e a queda do Muro de Berlim. Dessa longa série de Grandes Resets organizada pela mesma elite de conspiradores, nem mesmo a Igreja Católica conseguiu escapar. Também ela, com o Concílio Vaticano II, viu como se dava uma maior compreensão da liturgia por parte do povo como pretexto para destruir a Missa apostólica, para anular a linguagem sagrada e profanar os ritos. Portanto, esse último Grande Reset pode ser atribuído a todos os outros ataques que no curso da história tentaram anular a obra da Redenção e estabelecer a tirania do Anticristo. O que está acontecendo corresponde a um plano diabólico que ao longo dos séculos perseguiu um único objetivo: A Nova Ordem Mundial. O passo final é o estabelecimento de um governo conjunto no qual o comando é assumido por alguns tiranos sem rosto, eles mesmos entregues à adoração da morte e ao pecado.

 

A realeza de Cristo estava no caminho? O Vaticano II a deslocou para o fim do mundo, deixando a Igreja como vítima do mesmo engano democrático no qual as sociedades civis haviam caído quase dois séculos antes, na Revolução Francesa. Ao reconhecer a legitimidade do erro e das falsas religiões, a Igreja se destronou a si mesma com as próprias mãos, reduzindo-se a ter de implorar pela aprovação dos poderosos senhores deste mundo, a cujas ordens se submeteu.

 

Hoje, cada um de nós tem a possibilidade de escolher alinhar-se com Cristo ou contra Cristo. Entreguem-se a Ele com renovado zelo, para que a Coroa que Seus inimigos lhe arrancaram seja restituída Àquele que é Nosso Rei. Fazei com que Nosso Senhor reine em vossas almas e em todos os âmbitos da vida privada e pública. Somente onde Cristo reina há verdadeira paz e concórdia: a paz de Cristo no reinado de Cristo.

 

Que Deus conceda muitos anos mais a este excepcional Pastor de almas, o Arcebispo Viganò.

 

Kyrie eleison.