terça-feira, 31 de maio de 2022

Comentários Eleison: O Poder do Rosário

 

Por Dom Williamson

Número DCCLXXVI (776) – 28 de maio de 2022

 

O PODER DO ROSÁRIO

 

Toda a política acabou, abatida e vã.

Não está no homem a solução para a dor mundial!

 

Quando a Irmã Lúcia de Fátima ainda era a verdadeira Irmã Lúcia (até 1957), e não a falsa “Irmã” (de 1967 em diante), ela disse, dentre muitas outras coisas, que o Céu estava concedendo, em nossos tempos difíceis, um poder muito especial ao Rosário para resolver todos os problemas. Isso faz sentido. Deus é o Bom Pastor, e não abandona Suas ovelhas a menos que elas queiram ser abandonadas, como Santo Agostinho disse há muitos séculos. Aqui está um exemplo que chegou recentemente na caixa de entrada destes “Comentários” (“Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Teu nome dá a glória”).

 

Meu nome é..., e logo após formar-me no ensino médio, eu me senti frustrado com algumas pessoas na Igreja Luterana que supunha poder confiar no sentido de que me guiassem. A falta de conselhos competentes levou-me a rejeitar totalmente uma vida de fé. Foi então que ouvi o autor dos “Comentários de Eleison” em uma entrevista no podcast Caribbean Rhythms. Logo depois assisti a tudo o que consegui encontrar dele na internet. Com seus ensinamentos e seu compromisso com as realidades da fé e com o que está acontecendo no mundo, comprei um Rosário.

 

Eu não sabia como rezar um Rosário, e, sinceramente, só tinha visto um em filmes ou na televisão. Tenho rezado esse Rosário todos os dias desde que o recebi. Pelo menos cinco Mistérios por dia. Os resultados da minha oração foram milagrosos. Minha vida e aquelas vidas pelas quais rezo parecem melhores em todos os aspectos mensuráveis. E tudo isso depois de apenas três meses de oração dedicada. Sou e serei eternamente grato por ter-me mostrado o Rosário.

 

Pela primeira vez em vinte anos, sinto que tenho uma verdadeira base de fé para guiar-me. Atualmente estou ajudando meu pai, que foi diagnosticado com câncer de próstata no estágio quatro há seis meses. Hoje descobrimos que seu corpo está quase totalmente livre da doença, após uma rodada de quimioterapia. Sinto que isso só é possível devido à ação de Nossa Senhora. Não posso provar, mas sei que é verdade. Obrigado por dar-me um lugar de verdade para começar de novo.

 

Pode-se tirar várias lições desse edificante testemunho.

 

A primeira e mais importante é o poder de Nossa Senhora, que trabalha especialmente por meio do Rosário. Se o Céu dissesse que de agora em diante a graça viria se passássemos a andar com as mãos, todos nós deveríamos estar andando com as mãos pela casa. Assim, se Nossa Senhora disse, como o fez em Akita em 1973, que diante das calamidades que ameaçam a todos devemos rezar o Rosário pelo Papa, pelos Bispos e pelos padres, independentemente de compreendermos isso ou não, é exatamente o que devemos fazer. E continuaria sendo exatamente o que eu deveria estar fazendo mesmo se eu me afastasse do Rosário em algum momento.

 

A segunda é que a graça de Deus ainda está agindo, mesmo em meio à sujeira da Internet. Ele não renunciou, e ainda é bom com aqueles que O buscam (Salmo IX, 11). Mesmo que uma alma pareça estar afogando-se no pecado, asfixiada na vida moderna, desesperada por encontrar alguma sanidade perto ou longe, ainda assim nunca duvide de que é possível encontrar Deus se se põe a buscar por Ele. Basta pegar um Rosário e ver o que ele pode fazer.

 

E a terceira é que, se alguém quer lutar por Deus, pela família, pela pátria, pela sanidade, contra as forças do mal atualmente soltas, deve esquecer a política ou os acadêmicos ou a economia ou qualquer outra variedade de espetáculos de marionetes que se monte para enganar-nos nos tempos de hoje, todas as conchas com pouca ou nenhuma substância em seu interior, e colocar nas mãos de Nossa Senhora um Rosário rezado após o outro, e assim se estará na linha de frente da grande guerra que está sendo travada hoje por nada menos que a sobrevivência da humanidade. Que experimente o Rosário e veja por si mesmo! E marquem as datas de 27 a 30 de outubro para o próximo “Estouro de Rosários” em Walsingham (Norfolk, Inglaterra).

 

Kyrie Eleison.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Comentários Eleison: Federal Reserve - II

 

Por Dom Williamson

Número DCCLXXV (775) – 21 de maio de 2022

 

FEDERAL RESERVE - II

 

As instituições, se são boas, certamente ajudam,

Mas se os homens são maus, para o que são usadas então?

 

Em uma sociedade sem Deus como a nossa hoje no Ocidente, os homens se recusam a reconhecer que a religião governa a política, porque mesmo que “Deus” exista, eles não querem dar-Lhe nenhuma importância. Dizem até que é verdade que Deus desempenhou um papel importante na vida dos homens no passado, mas a atitude atualmente é a de que "a humanidade cresceu, atingiu a maioridade, os homens não precisam mais d’Ele, e assumiram Seu lugar. Toda a glória que costumava ir para Deus deve agora ir para o homem, e tudo o que Ele precisa fazer, se existe, é ceder gentilmente e nos deixar em paz. De uma forma ou de outra, podemos muito bem dispensá-Lo".

 

Ai do homem moderno! A cada passo adiante a vida moderna demonstra que não podemos dispensá-Lo! Há dois meses, estes "Comentários" apresentaram um breve histórico dos três primeiros bancos centrais dos EUA, todos rejeitados pelos americanos, até que, em 1913, finalmente o Federal Reserve foi estabelecido por votação do Congresso. Desde então o "Fed" ganhou cada vez mais poder, a ponto de ser agora indiscutivelmente o senhor da vida econômica e política dos Estados Unidos. O que aconteceu em 1913 foi que um cartel (coalizão de sócios para promover um interesse comum) de banqueiros destacados se reuniu para persuadir o Congresso de que seria do interesse do país entregar a eles, como especialistas em bancos, mas independentes da política e dos políticos, a provisão de dinheiro nos EUA.

 

Ora, esta entrega não deixou de ser questionada na época – e tem sido contestada desde então – por causa da veracidade de uma citação atribuída a um membro da família de banqueiros mais notória de todas, os Rothschilds, sediada na Europa, que disse algo como, "Deem-me o controle da provisão monetária de uma nação, e eu não me importarei com quem faz as leis". Assim, em 2022, o Federal Reserve dos Estados Unidos está comprando não apenas os EUA inteiro, mas pode-se dizer que está comprando o mundo. Isso ocorre porque o dólar americano é a coisa mais próxima de uma moeda mundial, e, portanto, o Fed está usando o domínio que tem do dólar para comprar o mundo antes que o mesmo dólar fique sem valor. (Apenas tocando em um computador, o Fed pode hoje “criar do nada” trilhões de dólares.)

 

A riqueza do mundo em troca de alguns impulsos eletrônicos em uns poucos computadores? Isso é simplesmente irreal! Não, não é. Está agora mesmo acontecendo ao nosso redor. Mas como isso é possível? No fundo, porque os povos materialistas de todo o mundo adoram a matéria, adoram o dinheiro, e depositam toda a sua confiança nos senhores do dinheiro. Houve um tempo em que depositavam toda a sua confiança n’Aquele que disse que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus (Mt. XIX, 24). E cuja Palavra declarou que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (I Tm. VI, 10). E Quem nos disse que se buscássemos o Reino de Deus e Sua Justiça, todas as coisas (necessidades materiais) seriam nossas também (Mt. VI, 33). Mas, quem hoje ainda acredita em Deus, em Seu Reino ou em Sua Justiça?

 

Não está claro então que os verdadeiros problemas da sociedade residem no coração dos homens, no que eles creem e no que amam? Se não amassem o dinheiro, o Fed teria uma parcela sequer do poder que tem? Um famoso livro sobre o Fed, A Criatura da Ilha Jekyll, de G. Edward Griffin, dedica mais de 500 páginas para destroçar o Fed, mas quando se trata de propor alternativas, o autor se vê obrigado a admitir (p. 571) que há um problema "com todos os esquemas que envolvem o controle do dinheiro pelos homens". Sim, de fato! E esse problema é o pecado original, que não pode ser resolvido pelo melhor da política ou da economia. Napoleão, cujos exércitos comandavam toda a Europa, não admitiu uma vez que seu próprio poder não podia igualar-se ao do sacerdote?

 

Caros leitores, esqueçam o Fed e suas delinquências. Se Abraão tivesse encontrado não mais do que dez justos em Sodoma, o Senhor Deus teria poupado toda aquela cidade ímpia (Gn. XVIII). Se você e eu aproveitássemos nossa fé para lutar com Sua graça para nos tornarmos homens justos, quanto em nosso mundo perverso Ele não pouparia?

 

Kyrie eleison.

domingo, 22 de maio de 2022

Comentários Eleison: A Clareza de Viganò

 

Por Dom Williamson

Número DCCLXXIV (774) – 14 de maio de 2022

 

A CLAREZA DE VIGANÒ

 

Para o próprio bem dos homens, o Bom Deus deve castigar.

Se não o fizer, eles nunca verão através de Seus olhos.

 

Ah, se a Santa Madre Igreja tivesse mais alguns líderes como o Arcebispo Viganò! Ela costumava ter muitos deles, mas a amplitude e a clareza mental juntamente com a coragem que vem da fé, as quais ele mostra ter, tornaram-se uma combinação rara entre os clérigos católicos, desde que estes permitiram que a podridão mental do mundo moderno os infectasse no Vaticano II (1962-1965). A seguir se resume, como de costume, uma entrevista que ele deu para o canal de TV italiano Canale Italia em abril deste ano. Pode-se encontrar uma tradução em inglês da entrevista completa em lifesitenews.com. Deus abençoe o LifeSite News!

 

O Arcebispo Lefebvre foi um dos poucos prelados que quis denunciar a revolução conciliar, compreendendo seu caráter subversivo. Entre os que viram o perigo, quase ninguém soube denunciá-lo abertamente. Hoje compreendemos o mérito histórico do Arcebispo Lefebvre por ter-se rebelado contra a linha ditada pelo politburo conciliar, e por ter criado as premissas para um retorno da Igreja à doutrina e à Santa Missa de sempre. Enfrentamos um golpe global que envolve tanto a sociedade civil como a Igreja. Ambas estão infiltradas, e são controladas por personagens que usam seu poder e a autoridade que delas deriva, não para os objetivos das instituições que governam, mas para destruí-las. Esta crise de autoridade deve ser denunciada, porque a ação daqueles que alcançaram os mais altos níveis de liderança tanto das nações como da Igreja é uma série de atos subversivos e criminosos.

 

Por um lado, a parte corrupta da hierarquia – para abreviar, vamos chamá-la “igreja profunda [deep church]”, pois é subserviente a Satanás – odeia a Igreja enquanto Corpo Místico de Cristo, e pretende matá-la. Aqueles que servem ao diabo realizam uma operação assassina, ainda que seja insana e fadada ao fracasso. Mas, assim como Cristo ressuscitou, também Seu Corpo Místico ressuscitará depois de Sua Paixão.

 

Por outro lado, a porção saudável da hierarquia é composta principalmente por Bispos e clérigos que, no entanto, aceitam as premissas ideológicas da atual apostasia, pois aceitam o Concílio e a nova liturgia que transmite seus erros às massas. Eles não querem que a Igreja sucumba, mas enganam-se a si mesmos, contra todas as evidências e depois de sessenta anos de fracassos, pensando que o Concílio foi simplesmente mal interpretado, que a nova Missa é mal celebrada, mas que podemos ter de volta certa dignidade na liturgia. Mas uma vez que não entendem que foi o Concílio que causou esse desastre, e que para remediá-lo é necessário retornar à fé, à moral e à liturgia que existiam antes dele, eles, mesmo que não se deem conta, são parte do problema.

 

Hoje, sob o Papa Bergoglio, sua traição, consciente ou inconsciente, consumou-se com o apoio à ideologia globalista, ao migracionismo, ao neomalthusianismo, à Nova Ordem Mundial e à Religião da Humanidade. A “igreja profunda” foi até cúmplice da fraude pandêmica e da vacinação em massa, apesar da presença de linhagens celulares abortivas em soros e do enfraquecimento irreversível do sistema imunológico que causa; hoje está hipocritamente do lado do Sistema, apoiando o fantoche de Schwab na Ucrânia, Zelensky, contra o presidente Putin, que é o único chefe de Estado que se opõe à globalização ímpia e aos princípios criminosos que a inspiram.

 

O Senhor nos ajudará com a Sua Graça, mas nos pede que façamos a nossa parte. Se lutarmos com Cristo, com Cristo celebraremos a vitória. Se continuarmos a não tomar partido, ou pior, se ficarmos do lado de Satanás, com Satanás teremos caído no abismo.

 

Kyrie eleison.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Comentários Eleison: Racismo, O Pretenso

 

Por Dom Williamson

Número DCCLXXIII (773) – 7 de maio de 2022

 

RACISMO, O PRETENSO

 

“Vidas negras importam” – sem dúvida,

Mas só o Céu satisfará o que agora as faz gemer.

 

Suponhamos, com os dois números anteriores destes “Comentários” (de 23 e 30 de abril), que o “racismo” hoje tenha assumido uma importância tal que viola todo o senso comum, porque o marxismo é uma religião substituta, e a luta contra o “racismo” é uma mera readaptação do marxismo. Mas essa “mera readaptação” se comporta nas ruas como uma verdadeira cruzada, tal como o faz, por exemplo, o “Vidas negras importam”. Por que os comunistas esquentados sempre se comportam como cruzados? É, de fato, uma questão religiosa que merece, pelo bem deles, nossa atenção. (Na verdade, só as almas com algum senso do Deus verdadeiro podem entender adequadamente nosso mundo moderno sem Deus.)

 

O homem é uma criatura espiritual. As duas gradações de entes acima dele, Deus Todo-Poderoso e os anjos, são puramente espirituais; as três gradações de entes abaixo dele, animal, vegetal e mineral, são puramente materiais; só o homem é espiritual por sua alma e material por seu corpo. Sendo espiritual por sua alma, só ele, entre todos os animais materiais, tem inteligência e razão, e, por sua razão, livre-arbítrio. Se não tivesse sua inteligência, ele não poderia dominar todos os demais animais, como lhe disse Deus que fizesse (Gênesis I, 26), e como ele obviamente pode fazer – pois, caso contrário, a grande variedade de animais mais ferozes e mais fortes do que ele já o teria devorado há muito tempo.

 

Mas a própria base do marxismo e do comunismo é o materialismo ateu, ou seja, a negação de que exista algo como Deus, ou o espírito acima da matéria, ou o livre-arbítrio. Veja-se o primeiro erro de nossa época materialista, tal como assinalou Pio IX em 1864, em sua condenação de 80 erros modernos em seu “Sílabo dos erros”.

 

Já que “foi Deus quem nos fez, e não nós mesmos” (Salmo 99, 3), então SOMOS criaturas espirituais, gostemos ou não, vindas de Deus e destinadas por Ele a ir para Deus, com nossas almas espirituais e imortais, capazes por si só, pelo uso correto de nosso livre-arbítrio espiritual, enquanto estão unidas aos nossos corpos materiais aqui na terra, de desfrutar de Seu Céu espiritual pelos séculos dos séculos. Portanto, a verdadeira dignidade do homem está menos em sua mera posse do livre-arbítrio que em seu uso correto. Mas o orgulho do homem o faz recusar seu destino espiritual no Céu, onde terá de estar abaixo de Deus, e por isso ele finge ser um ente puramente material, que não precisa obedecer a nenhum dos Dez Mandamentos de Deus.

 

No entanto, nenhum homem que já tenha vivido projetou sua própria natureza humana (Salmo 99,3), e é por isso que mesmo quando um homem finge ser puramente material, continua sendo espiritual, com um instinto dado por Deus de como será a vida no Céu, sem matrimônio (Mc XII, 25) ou raça (Gal. III, 28) ou qualquer outro tipo de desigualdade nociva, pois “Cristo será tudo em todos” (Col. III, 11), e todas as desigualdades nocivas da vida na terra serão deixadas para trás pela glória da infinita variedade de seres humanos abençoados por Deus que vivem em Sua perfeita harmonia e em perfeita harmonia entre si.

 

Mas aqui surge um problema insolúvel para os homens ímpios, como o somos hoje. Viramos as costas para Deus, mas não podemos deixar de ansiar por essa liberdade, igualdade, fraternidade e imortalidade d’Ele que estão inscritas na natureza espiritual de nossas almas. Portanto, devemos encher nossas breves vidas mortais com a satisfação de nossos anseios imortais, que só podem cumprir-se em Sua vida eterna. Mas isso é como encher uma lata de cerveja com um litro de líquido. Simplesmente não entra. Assim, por toda a vida moderna há exemplos de homens que buscam a satisfação por meios que não podem satisfazê-los. “Tu nos fizeste para ti, ó Senhor, e nosso coração está inquieto até que encontre seu descanso em ti” (Santo Agostinho).

 

Houve um tempo em que os empresários costumavam anunciar que “judeus, negros e mulheres não devem candidatar-se ao emprego”. Os judeus podem ressentir-se de que os brancos tenham liderado o mundo. Os negros podem ressentir-se de que muitas pessoas os desprezam. As mulheres podem ressentir-se de que o homem seja o chefe da família. E de quem é a culpa? Principalmente dos brancos, que foram dotados por Deus para ensinar aos judeus o Novo Testamento; aos negros sua dignidade diante de Deus; às mulheres o seu verdadeiro papel na família. Mas, em vez disso, ao abandonar a Deus, os brancos estão se judaizando, estão vendo os negros destroçarem suas conurbações ímpias, e estão efeminando-se a si mesmos. A verdadeira solução para esses problemas e inúmeros outros é clara: os brancos mesmos devem voltar-se para Deus.

 

Kyrie Eleison.

terça-feira, 3 de maio de 2022

Comentários Eleison: Marxismo Racial

 

Por Dom Williamson

Número DCCLXXII (772) – 30 de abril de 2022

 

MARXISMO RACIAL

 

Senhor, salvai vosso próprio povo,

Perdoai-nos, essas ovelhas supermaterialistas!

 

Em uma tentativa de explicar como as palavras “racista” e “racismo” passaram recentemente a ser usadas de forma tão maldosa quanto o são as palavras “antissemita” e “antissemitismo”, estes “Comentários” apresentaram na semana passada um argumento que mostra como o marxismo poderia passar chamar-se “marxiandade”, já que foi concebido como um substituto para o cristianismo.

 

Se então o antirracismo de hoje é simplesmente uma reedição do marxismo, isso explica por que o “racismo” inspira um horror quase religioso nos liberais que estão quase que em uma cruzada para eliminá-lo. Cruzada? Sim, porque os liberais estão lutando para substituir a ordem de Deus no universo pela ordem do homem, Deus pelo homem. Mas os Papas do século XIX ensinaram que foi o culto à falsa liberdade, o liberalismo, que abriu caminho para o marxismo.

 

Como então o autor e crítico cultural americano apresentado na semana passada, James Lindsay, demonstra que o antirracismo é simplesmente uma reedição do comunismo marxista? (Ver https://www.theepochtimes.com/james-lindsay-the-roots-of-the-new-race-based-marxism-gripping-the-west-part-1_4285075.html.) A base do marxismo é o materialismo ateu, ou seja, Deus não existe, e o homem deve ocupar o lugar que Ele ocupava no cristianismo. A religião é simplesmente “o ópio do povo”. O pecado responsável por tantas misérias na sociedade não é mais o pecado original de Adão e Eva, mas a propriedade privada, pois ao criar uma divisão do trabalho, cria desigualdade entre os homens por meio das relações sociais de dominação, exploração e alienação. Por isso, o comunismo recriará o paraíso, mas na terra, e não no Céu, ao abolir a propriedade privada e restabelecer a igualdade entre todos os homens. “Trabalhadores do mundo, uni-vos”, e juntos aboliremos as diferentes classes de homens. Daí a luta de classes que se segue ao comunismo.

 

Ora, no século XIX, essa leitura da sociedade tinha certa justificação na realidade, na medida em que capital e trabalho estavam muito divididos e havia uma exploração dos trabalhadores por capitalistas que só visavam aos lucros. Mas os Papas, especialmente Leão XIII em sua Encíclica Rerum Novarum de 1891, fizeram os capitalistas perceberem que era do seu próprio interesse cuidar dos trabalhadores, e assim prevaleceram os conselhos mais sábios. A classe operária no Ocidente passou a ser mais bem atendida, e, como resultado, não se podia mais usar os trabalhadores prósperos como alavanca para provocar a Revolução. No entanto, o bem-estar dos trabalhadores nunca foi o verdadeiro objetivo do comunismo, mas simplesmente um meio de derrubar o que restava da ordem cristã para dar lugar ao triunfo da ordem dos homens. Precisava-se, então, encontrar uma nova alavanca.

 

O descobridor foi o filósofo germano-americano Herbert Marcuse (1898-1979), o marxista mais influente do século XX, que tinha em seus ossos o mesmo instinto de revolução anticristã de Karl Marx, filho de um rabino. Marcuse sentia-se traído pela classe operária, uma vez que todos ali estavam passando a pertencer à classe média. Onde, então, ele poderia encontrar uma nova desigualdade com um profundo sentimento de injustiça passível de ser inflamada em um entusiasmo pela Revolução e transformada em uma alavanca para derrubar a atual ordem social e abrir caminho para a Nova Ordem Mundial? Ele, assim, deparou com a raça, e se voltou, em suas próprias palavras, para a “população do gueto”, que deveria ser liderada por estudantes, espiritualmente desnutridos em razão do materialismo de suas “universidades” ocidentais e, portanto, famintos por uma nova religião, uma Nova Ordem Mundial: o comunismo.

 

Daí o marxismo identitário, a política identitária, a mobilização esquerdista de estudantes brancos, o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), para destruir as cidades dos homens brancos, inclusive por meio de um sentimento de culpa por parte destes. Daí o desprezo por todos aqueles que agora são de direita e que traíram o comunismo. Daí o politicamente correto e a sacralização de uma censura para bloquear a possibilidade mesma de haver o pensamento de direita. Daí a atual “cultura do cancelamento”, porque a tolerância democrática não pode mais ser concedida a qualquer resistência contra a esquerda, pois essa resistência não tem o direito de existir. E assim por diante. Essas são as raízes do Admirável Mundo Novo atual!

 

E tudo isso está aí porque a humanidade está virando as costas para o verdadeiro Messias e voltando-se para aqueles especialistas que fabricam um falso messianismo atrás do outro. Ela terá de aprender da maneira mais difícil que a Verdade importa.

 

Kyrie Eleison.