segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Comentários Eleison: O Bom Senso de Putin

 

Por Dom Williamson

Número DCCLVIII (758) – 22 de janeiro de 2022

 

O BOM SENSO DE PUTIN

 

Os comunistas estavam enlouquecidos ontem.

Guerreando contra Deus, eles continuam loucos hoje.

 

O bom senso está tornando-se tão raro hoje em dia que, de onde quer que venha, deve ser bem-vindo. Algumas pessoas pensam que o presidente da Rússia Vladimir Putin é simplesmente um peão daquele poder mundial que atualmente usa a covid para chegar a uma ditadura anti-humana em nível global. Isso pode ser verdade em parte, na medida em que esse mesmo poder já tem tanto controle sobre os assuntos mundiais, que Putin dificilmente conseguiria ter-se tornado um líder mundial sem o seu consentimento. Por outro lado, outras pessoas pensam que ele é o único verdadeiro estadista no cenário mundial atual, por causa do bom senso que mostra quando trata dos verdadeiros interesses do mundo inteiro, e não somente dos da Rússia. Em todo caso, ele é capaz de falar com bom senso como poucos políticos dos dias de hoje o fazem. Veja-se, por exemplo, este resumo de parte de seu discurso de 21 de outubro passado na reunião anual do Clube de Debates Valdai em Sochi, na Rússia, que reuniu cerca de 300 participantes dos meios acadêmico, político e midiático. Link em inglês: Putin’s speech at the plenary session of the 18th Valdai Club – Global Review (global-review.info).

 

Algumas pessoas no Ocidente acreditam que uma eliminação agressiva de páginas inteiras de sua própria história; a "discriminação reversa" contra a maioria em benefício de uma minoria em particular; e a exigência de renunciar às noções tradicionais de mãe, pai, família e até mesmo gênero, são marcos no caminho de uma renovação social.

 

Os defensores do chamado “progresso social” acreditam que estão apresentando à humanidade algum tipo de consciência nova e melhor. No entanto, suas prescrições não são novas, absolutamente. A Rússia já esteve lá. Após a revolução de 1917, os bolcheviques, apoiando-se nos dogmas de Marx e Engels, também disseram que mudariam os modos e costumes existentes, inclusive a noção mesma de moralidade humana e os fundamentos de uma sociedade saudável. A destruição dos valores ancestrais, da religião e das relações entre as pessoas, até a rejeição total da família, com parentes mais próximos denunciando-se uns aos outros ao estado, foi proclamada então como um progresso, e foi amplamente apoiada em todo o mundo, tal como agora.

 

A luta pela igualdade e contra a discriminação nos países ocidentais se transformou em um dogmatismo agressivo que beira o absurdo. As obras dos grandes autores do passado, como Shakespeare, não são mais ensinadas em escolas ou universidades. Os clássicos são declarados atrasados ​​e ignorantes em relação à importância do gênero ou da raça. Em Hollywood, distribuem-se memorandos sobre quantos personagens de que cor ou gênero devem aparecer em um filme. Isso é ainda pior do que o departamento de Agitprop do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética.

 

Os fanáticos dessas novas abordagens chegam ao ponto de querer abolir completamente esses conceitos. Qualquer um que se atreva a mencionar que homens e mulheres realmente existem, o que é um fato biológico, é intimidado com uma horrenda “novilíngua”, que nega o fato. Isso não é novidade: na década de 1920, os “criadores” de cultura soviéticos também inventaram uma novilíngua, acreditando que estavam criando uma nova consciência e mudando os valores dessa maneira. Causaram um desastre que ainda dá arrepios.

 

É monstruoso que hoje em dia se ensine desde cedo às crianças que um menino pode facilmente tornar-se uma menina e vice-versa. É quase um crime contra a humanidade, e está sendo feito sob a bandeira do progresso e em nome dela. O custo desses experimentos sociais mal concebidos é por vezes incalculável. Tais ações podem destruir não só os fundamentos materiais, mas também espirituais da existência humana, deixando para trás uma ruína moral na qual por muito tempo nada se pode construir para substituí-la.

 

Kyrie eleison.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Comentários Eleison: Guerra Cultural

 

Por Dom Williamson

Número DCCLVII (757) – 15 de janeiro de 2022

 

GUERRA CULTURAL

 

Homens bons, a luta é nada menos que por Deus.

Lute abertamente por Ele, e veja-O abençoar!

 

Estes “Comentários” recomendaram calorosamente aos leitores pelo menos uma vez a leitura dos artigos frequentes de John HORVAT no site da TFP, em tfp.org. E o fizeram porque para inúmeros adultos dos dias de hoje, Deus é o Grande Inominável. Ele não deve nem ser mencionado na sociedade educada. Em sentido contrário, quando Horvat comenta sobre a política americana, sempre o faz da perspectiva católica do Deus Todo-Poderoso.

 

Nas palavras de um dos grandes pensadores católicos do século XIX, Horvat vê e diz que se Deus hoje não está governando a Criação com Sua presença, então Ele a está governando com Sua ausência.

 

Isto se dá porque Deus criou o mundo livremente, por amor, e ama em particular a criatura que Ele mesmo estabeleceu que governaria a Criação como Sua substituta; e essa criatura é o homem, que governa por aquela faculdade da razão e do livre-arbítrio. que só ele possui entre todas as criaturas materiais de Deus. No entanto, se o homem usa esse livre-arbítrio para afastar-se de Deus, algo que Ele mesmo pode permitir-lhe fazer, então Deus, que conhece plenamente o que o homem não conhece, ou seja, a terrível eternidade que ele merece para si mesmo por desprezar o grande amor que Deus lhe tem, não pode deixar Sua amada criatura sozinha no caminho para tal destruição. E eis por que o homem moderno, que foge de Deus, não pode deixar de reconhecer que o amor de Deus ainda o persegue, mesmo que esse reconhecimento somente o leve a fugir ainda mais: “Para de me amar! Não quero Teu amor!”.

 

Assim Horvat lê (artigo de 11 de novembro de 2021) uma recente eleição surpresa no estado da Virgínia, pela qual os republicanos de direita arrasaram nas três eleições estaduais e surpreendentemente recuperaram a Câmara dos Representantes das mãos dos democratas de esquerda. Horvat diz que enquanto “republicanos moderados prometem tudo, mas não cumprem quase nada”, foram os conservadores morais (“com seu poderoso bloco de votos pró-vida”) que venceram essa eleição surpresa votando em questões morais da chamada “Guerra Cultural”: a Teoria Crítica da Raça, a educação sexual radical, a ideologia de gênero e o aborto provocado. Observe-se como essas questões morais de fato implicam e ofendem diretamente a Deus Todo-Poderoso. Horvat diz que esses temas ganham eleições porque, se forem bem apresentados, “abordam problemas profundos dentro das almas de inúmeros americanos”. Em outras palavras, a “Guerra Cultural” enquadra o debate no que toca ao que há de mais profundo e verdadeiro em nós homens, a lei natural de Deus, mesmo que Ele mesmo raramente seja mencionado. “Deus, abençoa a América” – ainda.

 

Mas os esquerdistas estão empenhados em expulsar Deus de Sua Criação. Consequentemente, eles odeiam a “Guerra Cultural”, e querem que ela nunca seja mencionada nem que seus problemas sejam levantados. Os guerreiros culturais que fazem isso são “deploráveis” (disse Hilary Clinton), sem legitimidade dentro da esmagadora cultura liberal dos liberais. E não é preciso dizer que a grande mídia vil faz tudo o que pode para sufocar os conservadores e impedi-los de enquadrar as questões como culturais ou morais, ou seja, de modo que apontem para Deus. Eles absolutamente não podem com Ele, nem mesmo com Sua sombra. Mas o homem tomou o lugar de Deus, e nada nem ninguém pode impor-lhe nenhum bem e mal que seja objetivo. Portanto, qualquer pessoa que tente fazê-lo será desacreditada como “racista” ou “sexista”, ou “fascista” ou “antissemita”, ou por algum outro rótulo de ódio intolerante.

 

E, no entanto, os liberais se conhecem a si mesmos tão pouco que se tornam crentes fanáticos na legislação “antiódio”!

 

A conclusão de Horvat é inteiramente lógica, e, se levada a sério, pode salvar os Estados Unidos da ruína: “Acima de tudo, os conservadores devem confiar que Deus venha em sua ajuda. Por trás da fachada de mil escaramuças se esconde uma guerra total contra Deus e Sua ordem. Aqueles que defendem Sua causa podem esperar Sua ajuda”. O Arcebispo Viganò disse exatamente a mesma coisa.

 

Mãe de Deus, sempre que eu rezar o teu santíssimo Rosário, por favor, deixe-me entender que não estou “somente rezando”, mas estou fazendo o melhor que posso para ajudar-te em tua tremenda batalha pela salvação dos homens e de suas nações, por meio de teu divino Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Kyrie Eleison.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Comentários Eleison: Psicologia das Massas

 

Por Dom Williamson

Número DCCLVI (756) – 8 de janeiro de 2022

 

PSICOLOGIA DAS MASSAS

 

Deus Todo-Poderoso é grande. Se se vem a afastá-Lo,

Deixa-se, sem dúvida, um grande, grande vazio por preencher!

Deve-se desconfiar enfaticamente dos “professores” de psicologia das “universidades” modernas quando falam de bom senso, mas o Dr. Mattias Desmet, professor de Psicologia Clínica na Universidade de Ghent, na Bélgica, pode ser uma exceção a essa regra. Ele não faz menção a Deus, mas, na Internet, em https://www.youtube.com/watch?v=uLDpZ8daIVM, ele diz muitas verdades humanas sobre Por que tantas pessoas ainda acreditam na narrativa da covid. Não é um problema relacionado à verdade. É, como explica o Dr. Desmet, um problema de seres humanos vazios e ansiosos que se apegam a uma sensação de preenchimento, que é falso, apresentada pela grande mídia. Leia a seguir um resumo (parcialmente adaptado) de uma de suas entrevistas.

 

A maioria da população mundial caiu sob uma espécie de feitiço: uma "formação de massas" ou hipnose de massas. A formação de massas é um tipo específico de formação de grupos que pode surgir na sociedade sob certas condições:

 

1. As pessoas experimentam uma falta de vínculo social, uma falta de conexão social.

 

2. Uma grande parte da sociedade sente uma falta de sentido no mundo.

 

3. Existe uma ansiedade geral na sociedade, uma ansiedade sem um enfoque específico. Por exemplo, na Bélgica, que tem uma população de 11 milhões de habitantes, se utilizam cerca de 300 milhões de doses de antidepressivos por ano.

 

4. Há frustração e agressividade, mas não dirigidas a um objetivo ou a uma causa específica.

 

Sob essas condições, as pessoas conectam sua ansiedade geral a um objeto específico de ansiedade apresentado através da grande mídia. A grande mídia não apenas dá enfoque à ansiedade sem nome, por exemplo, à covid, mas também fornece uma estratégia concreta para lidar com ela (“lockdowns”, etc.). As pessoas então passam a participar conjuntamente da estratégia para lidar com a ansiedade. Surge uma nova forma de ser social. Por exemplo, na Inglaterra se viu por um tempo o absurdo bater de panelas na rua às 20h nas quintas-feiras para reconhecer os “heróis” do Serviço Nacional de Saúde, “lutando” com a suposta “ameaça esmagadora” da covid. Mas todo mundo pôde sentir-se bem no novo grupo, com um sentimento acolhedor de solidariedade em uma ação significativa: "Salve nosso Sistema Nacional de Saúde!".

 

As pessoas dentro dessa formação de massas (hipnose de massas) devem participar todas dos “lockdowns”, do uso de máscaras e das vacinações. Se alguém não participar, não estará demonstrando solidariedade ao novo grupo. As medidas relacionadas à covid destinam-se a identificar quem faz parte do novo grupo social, como um culto, e nada mais. Não são respaldadas pela ciência nem têm capacidade para vencer a "pandemia". A covid é uma crise psicológica, e não biológica. A focalização artificial da ansiedade conduz, além disso, a um campo de atenção muito estreito. As pessoas estão cientes apenas de uma pequena parte da realidade, na qual a narrativa midiática concentra sua atenção. Qualquer argumento contra a narrativa da covid que esteja fora desse pequeno campo de atenção ganha muito pouca força ou não ganha nenhuma, porque as pessoas só conseguem ver a “pandemia” através dessa pequena lente, como se nada mais importasse. A narrativa artificial também permite que políticos insubstanciais se estabeleçam mais uma vez como líderes. Antes da covid, eles estavam perdendo o controle, mas agora podem ressoar através da grande mídia, o que lhes permite hipnotizar a massa da população.

 

E a verdade? Esqueçam! Ela interfere na narrativa. Mas essas narrativas artificiais requerem um inimigo. Com a questão da covid, serão os não vacinados, que serão os “culpados” de todas as infecções e mortes. Eles devem ser marginalizados, desumanizados, e vacinados à força, se tudo mais falhar. Caros leitores, se tudo mais falhar, rezem o Rosário para que a Mãe de Deus possa deter esses servos do Diabo! Ela pode.

 

Kyrie eleison.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Comentários Eleison: "Resistência" 2022

 

Por Dom Williamson

Número DCCLV (755) – 1º de janeiro de 2022

 

“RESISTÊNCIA” 2022

 

À obediência cega, a fé que enxerga é superior.

O tempo de a obediência retornar é posterior.

 

Se por "Resistência" entendemos esse agrupamento informal de sacerdotes e leigos católicos que se esforçam para manter e viver a fé e a moral do catolicismo tradicional anteriores ao deslocamento essencial do catolicismo pelo mundo moderno através do Concílio Vaticano II, então quais são suas perspectivas para o ano novo que acaba de chegar? Na aparência, essas perspectivas não são brilhantes, porque o Diabo parece estar vencendo, com o contrassenso da covid, a batalha pelo controle de nosso mundo. Mas, na realidade, são brilhantes, porque se a "Resistência" sobreviveu até agora, só pode ser porque Deus lhe está concedendo graças mínimas de sobrevivência de acordo com Sua promessa de estar com Sua Igreja até o final do mundo, promessa essa que permanece de pé (Mt. XXVIII, 20).

 

Mas, quais são os princípios pelos quais o movimento de “Resistência” (ou de “Fidelidade” como também pode ser conhecido) surgiu, e continua surgindo? A maioria dos sacerdotes que se reconhecem como pertencentes ao movimento são antigos sacerdotes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X que não gostavam das políticas que passaram a ser adotadas oficialmente por esta a partir do Capítulo Geral de 2012. Essas políticas se caracterizavam por uma espécie de benevolência para com os governantes da Igreja em Roma, e para com as decisões do Vaticano II que formaram esses governantes, benevolência essa que o Arcebispo Lefebvre, o fundador da Fraternidade, nunca havia demonstrado em relação a nenhum deles.

 

E o que há de errado em os católicos mostrarem benevolência para com os governantes da Igreja? Não é dever dos católicos mostrar respeito e obediência aos dirigentes da Igreja, em particular ao Papa? Sim, essa é a regra normal, mas há uma exceção, que é quando a fé católica está em perigo. Infelizmente, ela está em sério perigo pelos documentos mais típicos do Vaticano II (1962–1965), por exemplo, Lumen Gentium, Unitatis Redintegratio, Gaudium et Spes e Dignitatis Humanae, dentre outros. E pior ainda do que os erros graves, mas particulares nestes documentos conciliares, disse o Arcebispo perto do final dos seus dias, é o subjetivismo geral que os impregna a todos, ou seja, aquele movimento da mente pelo qual um homem antepõe seus sentimentos subjetivos em relação à verdade objetiva. Mas, se não há verdade objetiva, como pode haver um Deus verdadeiro? O Vaticano II abriu as portas para a Pachamama no século XX.

 

Mas o Papa (ou pelo menos o aparente Papa) Bergoglio não mostra uma benevolência especial para com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X? Isso, diz o Arcebispo Viganò (que já foi o número 11 dentro do Vaticano), é apenas um truque de sua parte para induzir a Fraternidade a abandonar aquele status jurídico de independência da hierarquia oficial da Igreja que o Arcebispo Lefebvre tão cuidadosamente lhe assegurou, mas que seus líderes atuais ainda parecem querer trocar pela aceitação oficial plena pela Autoridade aparente da Igreja. No entanto, neste exato momento, esses líderes devem admitir que é apenas o status não oficial da Fraternidade que a protege da marreta da Traditionis Custodes que agora destrói todas as outras comunidades tradicionais que se esforçam para preservar a verdadeira Missa, mas que ainda querem respeitar a Autoridade sem Verdade dos romanos.

 

A salvaguarda dessa Verdade que é a Fé Católica, sem a qual ninguém pode salvar-se (Hb. XI, 6), foi a missão e a força e a glória do Arcebispo e de sua Fraternidade Sacerdotal São Pio X original. A força foi minada e a glória foi manchada nos últimos 10 anos apenas pela sombra do compromisso com as autoridades infiéis da Igreja, mas a missão permaneceu, e permanece até o Ano Novo; e permanecerá de fato até que o Senhor Deus coloque o Papa novamente de pé. Nesse ínterim, a (assim chamada) “Resistência”, como qualquer remanescente fiel ao longo dos tempos, não requer grandes números, nem prestígio, nem aprovação oficial, mas, para salvar as pedras da rua de terem de gritar (cf. Lc. XIX, 40) exige de seus seguidores fidelidade à verdadeira Fé, e pode muito bem em algum momento exigir mártires.

 

E assim, se os católicos fixarem os olhos no Céu e rezarem com seriedade, serenamente, com constância, se possível, todos os 15 mistérios do Rosário todos os dias, eles não poderão aproveitar melhor o ano de 2022. Feliz Ano Novo!

 

Kyrie eleison.