Por Dom Williamson
Número
DCCLI (751) – 4 de dezembro de 2021
POLÍTICOS
SACRÍLEGOS
O
que Deus condenou, os políticos não podem aprovar.
A
Lei Eterna nem mesmo eles podem modificar.
Na
Assembleia Geral de Outono de 2021 da Conferência dos Bispos Católicos dos
Estados Unidos (United States Conference of Catholic Bishops – USCCB)
realizada em Baltimore, de 15 a 18 de novembro, dever-se-ia considerar a
aplicação do Cânon 915 do Código de Direito Canônico (1983), que diz: Não
devem ser admitidos à Sagrada Comunhão aqueles que tiverem sido excomungados ou
interditados após a imposição ou declaração da pena, e os que tiverem
perseverado obstinadamente em pecado grave manifesto. Antes da Assembleia
Episcopal, o Cardeal americano Raymond Burke fez uma Declaração, cujos pontos
principais estão resumidos a seguir:
Os
Bispos abordarão a prolongada e gravemente escandalosa situação dos políticos
católicos que persistem em apoiar e promover políticas tais como o aborto, em
grave violação dos preceitos mais fundamentais da lei moral, ao mesmo tempo que
alegam ser católicos devotos, especialmente apresentando-se para receber a
Sagrada Comunhão. Este é um assunto crítico: uma questão de vida ou morte
para os que ainda não nasceram, e de salvação eterna para os políticos
católicos envolvidos.
Costuma-se
dizer que o que é necessário é mais “diálogo” com os políticos e legisladores
católicos em questão. No entanto, o ensino da lei natural, que necessariamente
é também o ensino da Igreja, está fora de discussão. A prática do aborto é a
mais grave violação do primeiro preceito da lei natural, que salvaguarda a
inviolabilidade da vida humana inocente e indefesa. Não há nada sobre o que
dialogar. O assunto do diálogo deve ser qual a melhor maneira de prevenir esse
mal na sociedade. Essa prevenção nunca pode envolver a efetiva promoção do mal.
A
ação pastoral tomada contra os políticos nada tem que ver com "interferir
na política". Dirige-se à salvaguarda da santidade da Sagrada Eucaristia e
à salvação das almas dos políticos católicos em questão, e à prevenção do grave
escândalo causado por eles. Eles não estão só pecando gravemente contra o
Quinto Mandamento, mas também cometendo um sacrilégio ao receber indignamente a
Sagrada Comunhão.
O
grave escândalo causado por esses políticos católicos contribuiu de maneira
significativa para a consolidação de uma cultura da morte nos Estados Unidos,
onde o aborto provocado é simplesmente um fato da vida cotidiana. O testemunho
da Igreja Católica sobre a beleza e a bondade da vida humana, desde o seu
primeiro momento de existência, e a verdade da sua inviolabilidade, viu-se gravemente
comprometido. A USCCB já havia discutido o assunto em
junho de 2004. Alguns dos Bispos mais influentes desejavam evitar qualquer
intervenção com políticos católicos que, de acordo com a disciplina do Cânon
915, não deveriam ser admitidos a receber a Sagrada Comunhão. O assunto foi encomendado
a uma Força-Tarefa sobre Bispos Católicos e Políticos Católicos sob a
presidência do então Cardeal Theodore McCarrick. Com o tempo, a Força-Tarefa
foi esquecida, e a questão crítica não foi tratada pela Conferência Episcopal.
Enquanto
a verdadeira Igreja de Cristo se opõe totalmente ao ataque à vida humana
inocente e indefesa, a Igreja Católica nos Estados Unidos parece aceitar a
prática abominável, de acordo com uma visão totalmente secularizada da vida e
da sexualidade humanas. Rezemos pela Igreja nos Estados Unidos e em todas as
nações, para que seja inflexível na aplicação do Cânon 915 e defenda a
santidade da Sagrada Eucaristia, e salvaguarde as almas dos políticos
católicos, porque se eles apoiam o aborto e ainda se apresentam para receber a
Sagrada Comunhão, então eles cometem sacrilégio e grave escândalo.
Kyrie eleison.
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