Por Dom Williamson
Número DCCCLXIV (864) – 03 de fevereiro de 2024
VALIDADE
DAS CONSAGRAÇÕES
Quer se trate de bispos ou de mulheres, a sua vida é vazia?
Primeiro, acerte as coisas com Deus – muitas graças se seguirão.
Entre
os católicos tradicionais, voltou-se a disputar recentemente a questão de se as
consagrações dos bispos católicos realizadas com o novo rito produzido pelo
Papa Paulo VI após o Vaticano II são realmente válidas como consagrações ou
não. Em outras palavras, podemos ter a certeza de que um sacerdote que tenha
passado pelo novo rito de Consagração é verdadeiramente bispo? A questão é de extrema
importância, porque da validade dos bispos depende tanto a própria
sobrevivência da Igreja Católica como a possibilidade de as almas chegarem ao
Céu, já que elas precisam muito dos sacerdotes e dos sacramentos para morrerem
naquele estado de graça santificante sem o qual correm grave risco de cair no
Inferno.
Em
termos gerais, existem duas correntes de pensamento sobre a questão. A grande
maioria dos católicos não vê nenhum problema, incluindo aí aquela que passou a
ser a Neofraternidade Sacerdotal São Pio X após assumir outra orientação em
2012 levada por sucessores do Arcebispo Lefebvre, líderes da então Fraternidade
que o Arcebispo havia guiado desde seus primórdios em 1970 até a sua morte com
o objetivo de defender a Fé e a Igreja contra a devastação da revolução conciliar.
“É claro que o Vaticano II (1962-1965) não foi um desastre tão grande”, dizem esses
sucessores, “a ponto de Deus permitir que os Seus inimigos ganhassem tanto
poder dentro da Igreja a ponto de conseguirem interferir seriamente nas
próprias fontes do seu futuro, como o rito da consagração de seus líderes. A simples
ideia é ridícula! O Vaticano II foi mau, mas não pode ter sido tão mau”. Ora, infelizmente
o foi!
Basta
olhar para os frutos, que mostram infalivelmente o que está acontecendo. Entre
20 anos antes e 20 anos depois do Concílio, várias instituições católicas como
hospitais, escolas, conventos, seminários, priorados, mosteiros, foram todas
fechadas ou entregues para “armazenar maçãs” (Sl 78, 1). Será que alguma vez já
houve tantas vocações abandonadas, ou o surgimento de tão poucas novas vocações
como no período posterior ao Vaticano II? Por que será? Certamente porque, por
exemplo, a maioria de nossos contemporâneos está convencida de que um
assistente social é mais útil do que um sacerdote. E, de fato, onde não há a Fé,
pelo menos como se a compreendia antes do Concílio, o bispo e o padre estão em
desvantagem pelo que propriamente são, e tudo o que lhes resta é fazer uma má
imitação de alguém que eles absolutamente não são, como um assistente social. E
quem deveria pregar essa fé? Bispos e padres! Quão astutamente, com o Vaticano
II, o diabo revirou as mentes dos clérigos ao avesso e de cabeça para baixo!
Talvez o novo rito de consagração tenha sido, afinal, um problema para os
bispos...
O
Pe. Álvaro Calderón é um dos melhores teólogos da Fraternidade, desempenha suas
atividades no seminário sacerdotal da Fraternidade na Argentina, e há mais de
dez anos, escreveu um tratado sobre essa questão da validade do novo rito de
consagração episcopal. Ele conclui que é “muito provavelmente válido”, mas não seguramente.
No entanto, uma vez que os bispos válidos são absolutamente essenciais para a
vida e a sobrevivência da Igreja, então a sombra de dúvida envolvida ainda é
muita dúvida, e todos os bispos católicos consagrados apenas com o rito novo deveriam
consentir em ser reconsagrados condicionalmente também com o rito antigo, com
sua antiga e seguramente válida forma sacramental. Da mesma forma, diz ele,
todos os padres ordenados apenas com o rito conciliar de ordenação devem buscar
a reordenação condicional com o rito tradicional para reparar quaisquer
defeitos graves no seu sacerdócio conciliar.
E
onde diz o Padre Calderón que reside esta sombra de dúvida? Ele diz que a
intenção do rito novo não é fazer bispos de autoridade real, investidos de
autoridade divina imediatamente sobre as ovelhas, verdadeiras nuvens trovejantes
de Deus; mas sim um facilitador diocesano, um homem simpático, um administrador
democrático, disposto a obedecer à risca a uma religiosa feminista, um tipo de dragão
local que tiraniza todos os galos do galinheiro eclesiástico num raio de quilômetros
de distância, e que sonha com o dia em que poderá finalmente celebrar os farrapos
que sobrarão da Santa Missa. Homens, mantenham as mulheres em seus lugares,
porque elas são insuportáveis quando estão fora de controle! Deus em primeiro
lugar!
Kyrie
eleison.
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